Enviada em: 27/03/2018

Desde o começo da formação do Estado brasileiro até os dias atuais, preconceitos enraizados no povo causam transtornos aos afetados, como os economicamente desfavorecidos, deficientes físicos e, sobretudo, aos negros. Nesse contexto, tentando reduzir as consequências dessa problemática, surgiram as políticas afirmativas, que visam uma inserção mais igualitária de pessoas em todas as esferas. No entanto, vale o questionamento: as cotas resolvem o real problema social do Brasil, que há tanto se faz presente?       O processo de colonização brasileira teve sua base em uma sociedade escravista, fosse de indígenas ou africanos. Ao serem transformados em objetos, estes indivíduos perdiam o valor de seres humanos aos olhos dos outros. Mesmo após a nação ser estabelecida e a escravidão ser abolida, a ideia de que o negro era inferior continuava sendo transmitida na sociedade. Esta concepção trouxe, e continua trazendo, dificuldades decorrentes da discriminação racial a determinados grupos.       Já na modernidade, muito considera-se o enquadramento em padrões, sejam eles financeiros ou estéticos. Ao se afastarem dos modelos instituídos, as pessoas passam a ser excluídas. Pensamentos como o que portadores de deficiências são menos capazes intelectualmente ou de que pessoas sem tantos recursos econômicos são menos capacitados, tornam-se recorrentes na sociedade, fortalecendo os preconceitos já existentes. As ações afirmativas mostraram-se, então, uma solução à curto prazo, facilitando o acesso de todas essas pessoas à ambientes nos quais a sua presença não é tão incidente quanto a de outros indivíduos.       Dado o exposto, é indubtável que as cotas auxiliam no processo de redução da desigualdade no país. Muitas vezes, porém, os problemas são apenas mascarados por essas ações, já que esses estão em contato com a população desde o início da história do Brasil. Uma medida seria que as escolas, que têm grande influência na formação do pensamento dos indivíduos, através de incentivos do Ministério da Educação (MEC), trabalhassem a conscientização com seus alunos, evidenciando sempre que todos são iguais. Espera-se que, crescendo com ideais de igualdade, no futuro não seriam necessárias as cotas, pois haveria uma desintegração dos preconceitos, culminando em uma sociedade em que todos se sentiriam bem como são.