Enviada em: 09/05/2018

As cotas têm sido pautas de grandes debates na sociedade brasileira. Alguns as defendam, alegando que essas promovem a inclusão dos desfavorecidos, ao passo que outros são contra e, dizem elas que representam o retrocesso da sociedade. Contudo, para que se chegue à uma conclusão, é necessário analisar dois aspectos: as vantagens que esse sistema trouxe, bem como, o que fator que levou à adoção dele.   Em um passado não distante, as universidades públicas estiveram totalmente ocupadas por universitários oriundos da elite brasileira. Com a adesão da política de cotas, esse quadro tem apresentado mudanças, haja vista que negros e pobres passaram a integrar o ensino superior público. Segundo dados da revista Veja, entre o 1,1 milhão de estudantes dessas instituições, 430 mil são alunos cotistas. Portanto, é indiscutível que esse sistema de inclusão tem cumprido, com êxito, a sua proposta.   Por outro lado, ainda que as cotas tenham obtido sucesso, essa não é a solução do problema que impede o ingresso de alguns nas instituições públicas, afinal, esse tipo de medida apenas reafirma as desigualdades existentes na sociedade brasileira. Transitando à teoria Kantiana, a educação tem impacto direto àquilo que o ser humano se torna. Essa ideologia explica a difícil inclusão, haja vista que as escolas públicas ainda estão presas a influências arcaicas do modo de ensino jesuítico, o que acaba por não dar o devido preparo aos estudantes para que eles superem as dificuldades e o segregacionismo dos vestibulares.   Diante disso, é perceptível que as cotas, apesar de funcionarem, são na realidade uma forma de adiar a resolução da raiz problemática. Portanto, cabe ao Governo, através do Ministério da Educação, promover a democratização do ensino e das estruturas escolares de forma que, todas as escolas partam de um mesmo pressuposto , para que assim, todos possam ter as mesmas oportunidades. Ainda, as escolas de regiões periféricas, é essencial a promoção de palestras que incentivem a busca pelas universidades federais e estatuais, para que dessa forma, a peble passe a ocupar cada vez mais o que um dia foi pertenceu apenas à burguesia.