Enviada em: 23/05/2018

As cotas foram introduzidas no Brasil em meados do ano 2000, inicialmente na universidade estadual do rio de janeiro. E em 2012, com a criação da lei federal de cotas, ampliou-se o acesso das populações carentes as universidades federais. No que diz respeito a políticas públicas para inclusão, as cotas cumpriram seu papel, porém o caráter permanente as torna um subterfúgio governamental para mascarar as lacunas da educação básica.   O ingresso nas universidades requer preparação e os alunos da rede pública não são bem preparados. Porquanto, segundo dados da ONG Todos pela Educação somente 21,5% dos alunos do terceiro ano do ensino médio em 2013 sabem o português necessário no seu grau escolar. Assim, por causa do ensino deficiente, que torna a competição com os alunos da rede privada desigual, uma política pública, como a lei de cotas de 2012, que prevê 50% das vagas para cotistas nas universidades federais, é necessária. Portanto, o ensino superior, antes restrito a parcela da população com acesso a educação privada, torna-se mais acessível aos alunos da rede pública.    A  adoção das cotas, todavia, deve vir acompanhada de  investimentos na educação básica pública, senão tornam-se apenas um meio de políticos ocultarem a falta de investimentos para resolver os problemas educacionais brasileiros. Em vista disso, a falta de educação básica de qualidade é evidenciada no dado de que cada 20 escolas públicas de ensino fundamental no Brasil só uma tem estrutura considerada básica para educar, segundo a ONG Todos pela educação. Isto posto, as cotas tornaram-se uma forma de mascarar essas deficiências na educação sob o pretexto de inclui os carentes, mas não resolvem o problema real.    Nesse cenário, é evidente a necessidade das cotas para a redução das desigualdades sociais no país. Dessa forma, as cotas nas universidades são bem-vindas, porém em conjunto com investimentos na educação básica, qualificando professores e em infraestrutura nas escolas, que o governo federal deve fazer através do ministério da educação, com parcerias estaduais e municipais, e apenas com caráter provisório até o ensino básico ser de qualidade. Consequentemente, ao oportunizar o ensino, básico e superior, a sociedade brasileira será cada vez mais igualitária.