Enviada em: 10/10/2018

Na obra ''Abolição e Liberdade'', de Machado de Assis, é retratado de forma sucinta as condições de desigualdade social e preconceito em que os negros sofreram após abolição da escravatura em 1888. Nesse sentido, as ações afirmativas nas universidades brasileiras é um grande contribuinte na tentativa de erradicar tais desigualdades. Dessa forma, necessita-se discutir sobre os seus benefícios e o descontentamento com tal ação.     Em primeira análise, é notório que as cotas promovem a inclusão social. Posto isso, essa assertiva é constatada com os conceitos do sociólogo Florestan Fernandes, já que, para ele, diante da desigualdade social em que os negros foram submetidos após a abolição da escravidão- como as favelas-, as oportunidades em diversas áreas são também desiguais. Prova disso é que, segundo o Inep, em universidades que não têm ações afirmativas, somente 3,1% são negros. Assim, com tais benefícios é possível promover a horizontalidade de oportunidades, o que duplicou o ingresso de negros nas universidades, pelo IBGE.    Entretanto, o descontentamento por parte da população quanto às cotas é um forte entrave. Nesse viés, tal fato é motivado por muitos cidadãos acharem que com o  esforço próprio é possível alcançar aos objetivos e que as cotas são contribuintes para o preconceito, já que dão vantagens aos negros. No entanto, para Marx, a meritocracia torna-se uma ideologia quando a sociedade é desigual. Por conseguinte, os alunos beneficiados pelas ações afirmativas são constantemente vítimas de preconceito.     Entende-se, portanto, que as cotas nas universidades é um forte programa para a inclusão social, mas enfrenta o preconceito. A fim de assegurar a isonomia, tal política deve ser mantida e expandida cada vez mais no Brasil, aumentando o número de vagas reservadas para a ação. Em consonância, cabe à mídia, em parcerias com o MEC, disseminar informações sobre as cotas na sociedade, por meio de dados estatísticos e palestras com sociólogos, demonstrando a desigualdade de oportunidades dos brasileiros, para que os cidadãos respeitem o programa.