Enviada em: 21/08/2019

Com a abolição da escravidão,em 1888,os escravos recém-libertos foram lançados a uma sociedade extremamente desigual,haja vista que a estrutura segregante construída por mais de 300 anos manteve-se equânime.Nesse contexto,a igualdade social entre negros e brancos nunca deu-se de maneira efetiva,de forma que questões atuais como a política de cotas raciais,visam reparar esse cenário e restituir à população negra oportunidades cerceadas por séculos.    Em primeiro plano,é importante compreender que a lei 12.711,chamada Lei de Cotas,é um mecanismo essencial para a inclusão de pretos e pardos.Com efeito,as desigualdades impostas aos negros sob a égide do racismo encontram-se em diversas esferas,das quais a educacional ainda é muito expressiva.De modo que a taxa desses indivíduos no ensino superior é de apenas 34%,segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).Dessa forma,a reserva de vagas baseada  em critérios raciais no meio universitário objetiva equiparar as chances de um grupo histórica e estatisticamente prejudicado.   Em contrapartida,há indivíduos que criticam a política de cotas.Visto que para muitos tal ação afirmativa fere o ideal meritocrático e torna a competição por uma vaga na universidade dispare.Contudo,é inviável utilizar o conceito de meritocracia ao tratar de um grupo que foi e ainda é visto como inferior perante outro.Nesse aspecto,negros e brancos dificilmente partem do mesmo ponto e competem em condições similares.Ante esse panorama as cotas,mesmo que como medida emergencial para um cenário muito mais complexo,cumprem seu papel.  Portanto,torna-se mister reconhecer o valor das cotas raciais como ferramenta de inclusão.Cabe às instituições de ensino suscitar a discussão sobre a temática,por meio de palestras e debates,com o auxílio de especialistas no assunto.A fim de evidenciar a importância de conhecer o passado escravista,seus reflexos na sociedade e a necessidade de reparação histórica.Só assim,a igualdade será de fato real.