Enviada em: 08/03/2017

Cotas nas Universidades: ''a tara do prato".    A banda brasileira O Rappa, descreve bem a situação do afrodescendente brasileiro na canção: "todo camburão tem um pouco de navio negreiro...". Assim que a criança negra nasce, ela se depara com uma realidade de pobreza e preconceito, por conta de um fardo histórico que carrega, e a deixa "surda, muda e cega" na sociedade atual.       Em primeira análise, podemos estabelecer uma balança hipotética, com a razão entre a chance do branco e do negro de ingresso de uma universidade. Vemos aí que ao longo do tempo, essa foi pendendo para o lado dos negros, e hoje é notável que não há isonomia nesse aspecto, tampouco meritocracia. Após a lei áurea, os negros não tinham como se sustentar, por isso, muitos morreram e outros formaram as favelas, com um forte caráter de pobreza. Dado o fato, chegou a hora de haver uma compensação na balança, tal como a "tara do prato'' nos restaurantes.      O preconceito real trata-se do ensino fundamental e médio, nota-se uma disparidade muito grande do ensino público para o privado, e por consequência, os negros e pobres não tem escolha, são doutrinados por escolas fracas em estado crítico, o que os tira a competitividade no vestibular. Outro fator causador de injustiça, é o trabalho braçal, que em comunidades carentes são realizados desde cedo. Concluímos então que as cotas servirão como uma rota temporária para as universidades, até a igualdade pousar por aqui.       Logo, entende-se que é necessário que, enquanto a política de cotas funcionar, haja uma reforma na educação. O governo através do MEC (Ministério da Educação e cultura), utilizando os recursos públicos, implantar a reforma do ensino médio, com maior carga horária, matérias optativas, aulas práticas e salários justos aos professores. Bibliotecas públicas e incentivo à leitura nos ensinos fundamentais também se mostram um investimento que traria maior difusão do conhecimento. Esse será um remédio eficiente para um Brasil doente de desigualdade.