Buscando minimizar as desigualdades socioeconômicas do país, o governo criou o sistema de cotas, que insere grupos marginalizados socialmente nas universidades, através da facilitação do acesso destinando certo número de vagas a essa parcela populacional nos exames de seleção. No entanto, deve-se ter em mente que as ações afirmativas são necessárias no atual contexto brasileiro porém, é uma atitude provisória e deve abrir espaço para investimentos em setores elementares do país. Nesse cenário, pode-se inferir sobre a relevância histórica de alguns acontecimentos cruciais para a limitação das oportunidades de certas parcelas populacionais. Com a abolição da escravidão em 1888, os negros foram libertos, mas não receberam as condições necessárias para se inserirem na sociedade, o que contribuiu para que continuassem sendo considerados inferiores. O "Branqueamento" proposto pelo sociólogo Caio Prado Júnior, na tentativa de tornar o Brasil um pais de "raça pura", evidencia tal fato. Ademais, o Mito da Democracia Racial, criado por Gilberto Freyre, foi profundamente criticado por Florestan Fernandes, ao dizer que ele seria uma ideologia que reproduz o racismo e preconceito, contribuindo para que falsas ideias fossem propagadas. Outro fator existente, é a desigualdade econômica. Pierre Bourdieu, ao dizer que os pobres em capital econômico e cultural, tendem a investir menos na educação dos filhos por não acreditarem que ela possa trazer retorno futuro, mostra como a ausência de oportunidades e a ideia de inferioridade e estagnação já é algo naturalizado para alguns, enquanto outros, tendo melhores condições, podem pagar por escolas particulares, garantindo o preparo adequado dos filhos, visando um sucesso posterior e uma formação bem sucedida. Ainda convém lembrar da ineficiência do ensino público brasileiro. A má infraestrutura das escolas e a precária formação dos estudantes, contribuem para que, muitas vezes, pessoas com grande capacidade não tenham o acesso necessário às informações e aos livros, inviabilizando o desenvolvimento de suas habilidades e impedindo-os de alcançarem a Meritocracia. Sendo assim, os meios de comunicação de massa podem difundir o conceito de igualdade entre as pessoas e as raças, na tentativa de romper estereótipos e reduzir o preconceito, através de anúncios e propagandas. Outrossim, as famílias devem incentivar os filhos em suas rotinas escolares, acreditando sempre que estes possam vir a ter um futuro promissor, por meio do diálogo e do acompanhamento. Por último, o Ministério da Educação deve garantir que as escolas públicas sejam mais eficientes, visando minimizar as desigualdades sociais, através de investimentos e fiscalização.