Enviada em: 22/08/2018

Em agosto deste ano, o Brasil pôde presenciar notícias alarmantes de  instabilidade no Norte do país. A população de Roraima confrontou imigrantes venezuelanos, a fim de lutar por seus direitos e pela segurança da região. Como tantos outros, esse é um exemplo de luta por condições dignas de vida, trabalho e segurança.       Ainda que a população careça de saneamento básico geral, educação, saúde pública e oportunidades de emprego, o Estado decidiu a favor da abertura da fronteira entre Roraima e Venezuela e os índices de imigração subiram cerca de 70%. Conforme o crescimento da população, a disputa por oportunidades já existentes aumentou, criando um confronto em que ambos os lados buscam melhoria de vida em uma pequena rede de alternativas. O assalto e agressão de um jovem comerciante nascido na região causou revolta e obteve um resultado grandioso: a mobilização regional e queima dos acampamentos onde os venezuelanos viviam, em protesto contra o acontecimento. O STF entrou com pedido de fechamento da fronteira dias atrás.       Consoante à esse e aos demais casos que se assemelham, o brasileiro enxerga o imigrante como ameaça; como um estrangeiro, um estranho em seu território. A má distribuição de renda e falta de condições de vida igualitárias criam tensões entre a própria população e confrontos ainda maiores de imigrantes e nativos, uma vez que esses buscam pelo mesmo. Os comportamentos gerados infringem diretamente a lei do imigrante, que defende sua inclusão social e produtiva; aprovada para eliminar o estatuto do estrangeiro que vigorava durante a ditadura, em concordância  apenas com os interesses do Estado.       Portanto, a problemática vai além da imigração. A abertura ou fechamento das fronteiras são fatores externos e associados aos acontecimentos, porém não são a causa. A má distribuição de renda no país, ao declinar as relações e causar conflitos, deve ser reestruturada e mediada com sabedoria pelo governo, a fim de proporcionar condições igualitárias; assim, o cumprimento legal da lei do imigrante e a aplicação dos direitos do cidadão resultará como consequência. É papel fundamental do Ministério da Fazenda estabelecer diretrizes em função da reestruturação econômica do país, por meio de alternativas como corte de gastos em exageros salariais e relações entre o público e o privado que atinjam positivamente a renda familiar do brasileiro.