Enviada em: 12/09/2019

Na obra "Vidas Secas", o autor Graciliano Ramos relata a migração da família de Fabiano pelo Nordeste brasileiro em busca de água e melhores condições de vida. Entretanto, apesar de escrito no início do século XX, o livro traz uma problemática vivenciada por várias pessoas hoje: a crise migratória. Com efeito, não há como negar que a sociedade civil e o Estado são os responsáveis por propagar esse fenômeno.   Em primeiro lugar, o imigrante sofre um grande preconceito no país em que se busca abrigo. Isso ocorre devido ao pensamento determinista - em que o homem é fruto do meio e da raça - difundido pelo imperialismo europeu do século XIX. Nesse contexto, os refugiados são vistos como inferiores nos países centrais, o que já dificulta a inserção deles na sociedade e contribui para segregar esse grupo. Assim, cabe a sociedade civil desconstruir esse estereótipo cristalizado sobre o refugiado para evitar casos iguais ao da Hungria, em que o país criou muros para impedir a entrada de imigrantes.   Além disso, o grande movimento migratório pode saturar cidades e prejudicar os serviços públicos. No Brasil, durante o governo Vargas, o processo de industrialização provocou um grande deslocamento populacional para a região Sudeste e inflacionou as grandes cidades. Nesse prisma, problemas urbanos, como trânsito, violência e poluição, estão relacionados ao contingente populacional elevado, pois não houve um planejamento adequado pelo poder público. Dessa forma, é necessário um projeto para realocar os refugiados em diferentes cidades.   Fica claro, portanto, que o diálogo entre a sociedade civil e o Estado é preciso para solucionar a crise migratória. Logo, o Ministério da Educação precisa alterar o currículo do ensino médio para que as escolas, por meio de aulas de história e sociologia, possam desconstruir esse preconceito contra o refugiado, pois, dessa maneira, facilitará a aceitação dessas pessoas na sociedade. Dessarte, com essa medida, o primeiro passo para mitigar a crise migratória será realizado a fim de evitar novas histórias parecidas com o livro de Graciliano.