Enviada em: 29/07/2018

Hodiernamente, não raro, observa-se através das mídias, televisivas ou sociais, que o Brasil vem enfrentando diversos problemas relacionados aos cuidados com a saúde e a discussão acerca da obrigatoriedade ou não da vacinação. São fatores que contribuem para essa problemática, a ideia equivocada de supressão de direitos em favor de um "bem comum" aliada à impercepção de que a negativa à vacinação é um óbice de saúde pública       Primeiramente, obrigar as pessoas a se vacinarem é uma forma de desrespeito à integridade física desses cidadãos. Segundo o artigo 15 do Código Civil vigente, ninguém pode ser constrangido à invasão de seu corpo contra sua vontade. Nesse contexto, basta lembrar da Revolta da Vacina ocorrida no Rio de Janeiro em 1904, quando o Estado impôs a vacinação populacional forçada gerando uma enorme insurreição. Portanto, as pessoas devem ser livres para deliberarem sobre seus corpos.         Ademais, a sociedade, de modo geral, não tem a percepção de que as decisões individuais podem ter um alcance coletivo. Só para exemplificar, deixar tomar as vacinas, é o mesmo que descartar lixo em locais inadequados, fumar em locais fechados ou comprar produtos contrabandeados e achar que isso não afeta as outras pessoas. Logo, é preciso educação e não imposição para entender que o corpo humano não consegue obter memória imunológica para se defender de vírus, bactérias, fungos ou protozoários diante de um quadro infeccioso se não foi vacinado.       Destarte, é imperioso que a população seja vacinada, mas de modo consciente e não compulsório. Dessa forma, a OMS, Organização Mundial da Saúde, deve promover campanhas mostrando não só os benefícios advindos da imunização populacional como também o problema de saúde pública oriundo da fuga à vacinação, para minorar os transtornos já existentes. Além disso, é crucial que os PSFs, postos de saúde da família, promovam palestras a fim de orientar à sociedade sobre a importância de se vacinar, para que assim decresça o número de pessoas não imunizadas. Assim, não teremos uma nova Revolta da Vacina.