Enviada em: 30/08/2018

Segundo o pensamento de Claude Lévi-Strauss, a interpretação adequada do coletivo ocorre por meio do entendimento das forças que estruturam a sociedade, como eventos históricos e as relações sociais. Esse panorama auxilia na análise da legitimidade quanto ao direito de não se vacinar, visto que a comunidade, historicamente, é avessa a imposições do Estado, causando revoltas e agravando a problemática. Diante dessa perspectiva, cabe avaliar os fatores que favorecem esse quadro, bem como a participação governamental no processo de conscientização.    Em primeiro plano, evidencia-se que a propagação de Fake News contribui diretamente para o agravamento da situação, ao passo que, grupos menos favorecidos e sem instrução educacional adequada, se deparam frequentemente com notícias sensacionalistas, em redes sociais, sendo coagidos a adotar comportamentos impróprios do ponto de vista médico. Consoante a isso, eventos históricos corroboram para a manutenção de mitos a respeito de antivirais, como a revolta da vacina de 1904 e a publicação de um artigo cientifico em 1998, onde uma revista conceituada na área, a mando de advogados, expôs um texto comparando a incidência de autismo em crianças com a tríplice viral, surtindo efeitos até os dias atuais.   Outro ponto relevante, nessa temática, é a participação governamental quanto ao processo educacional a respeito de saúde pública, tendo em vista que, manifestações anti-vacinas se tornaram não só um problema social, mas também econômico, pois o reaparecimento ou amento na incidência de doenças, acarreta em um déficit orçamentário, já preocupante no Brasil. No entanto, apesar de campanhas de vacinação serem frequentes, o baixo nível de escolaridade e sua qualidade diminuem a eficácia de ações conscientizadoras. Assim, uma mudança educacional é fundamental para que não seja necessário, um dia, transpor a liberdade individual e tornar obrigatória a aplicação de vacinas.   Urge, portanto, significativas dificuldades para a manutenção da liberdade individual, quanto a vacinação, sem que a mesma traga riscos para a integridade nacional. A fim de garantir a saúde da população, secretarias municipais e estaduais de saúde, com apoio orçamentário de seu ministério, devem promover eventos conscientizadores, em escolas, por meio de profissionais experientes, sobre a importância da vacina e seus benefícios para o desenvolvimento seguro e saudável do ser humano. Além de combater as inverdades, por meio de propagandas em veículos midiáticos. Aumentam, assim, as chances de que doenças, que já causaram transtornos a diversas famílias, não voltem a ser problema no país.