Enviada em: 09/10/2018

Deparar-se no auge da 4ª Revolução Industrial com atrasos como a questão da vacinação, é a prova definitiva de que não se aprende com o fluxo da história como era necessário. Mesmo consolidados nos desdobramentos do Iluminismo, no século XVIII, o direito à vacinação se liquefaz diante do grande índice de pessoas contrárias a esta prevenção por fatores como as falsas informações que se propagam pela internet. Diante disso, emerge a necessidade de debate sobre a despreocupação da população e o movimento antivacina.         Não é noticiado com muita frequência casos de pessoas com doenças como rubéola ou sarampo, o que acabou transmitindo para os indivíduos um sentimento de despreocupação. Isso pode ser relacionado ao que Schopenhauer afirma sobre o campo de visão do homem. Segundo ele, os limites do mundo estão dentro dos limites do próprio campo de visão, ou seja, o desaparecimento dessas doenças na mídia e na vida das pessoas, criou um âmbito favorável à banalização de tais doenças, que por serem tratadas como extintas, tornam a vacinação algo desnecessário. Assim, o fortalecimento desse tipo de pensamento expõe a sociedade à riscos e onera os serviços de saúde.         Nesse contexto, a Revolta da Vacina, em 1904, demonstra a resistência brasileira à resolução de doenças, à época: varíola. No entanto, atualmente, outras doenças se destacam como a poliomielite, a qual tem como empecilho de erradicação o movimento antivacina, que se opõe à imunização pelos rumores nas redes sociais. A existência desse movimento colabora para a criação de grupos de pessoas suscetíveis, que possibilitam a circulação de agentes infecciosos afetando não apenas aqueles que escolheram deixar de se vacinar, mas também aqueles que não podem ser imunizados, seja porque ainda não têm idade suficiente para entrar no calendário nacional ou outro motivo, tornando a situação um ciclo.         Portanto, é imprescindível a articulação de uma medida em torno dos desafios para a cobertura vacinal no Brasil. Em termos práticos, as escolas, juntamente com o Ministério da Educação, devem inserir na grade curricular dos alunos um eixo transdisciplinar que inclua matérias como Biologia e História para que fique claro desde cedo a importância da vacinação. Isso pode ser feito por meio da apresentação de vídeos e documentários que relatem os impactos da Revolta da Vacina na época do acontecimento, além de estudar os efeitos da vacina no organismo. Assim é possível reduzir os impactos desse problema em prol de uma sociedade mais imunizada.