Enviada em: 08/07/2019

A revolta da vacina, ocorrida em 1904, caracterizou-se por ter sido um dos episódios mais marcantes da história da medicina brasileira. Após um projeto de lei do governo federal, sob comando do médico Oswaldo Cruz , que tornava obrigatória a vacinação contra a varíola, a população carioca, devido a falta de informação, tomou as ruas e iniciou uma série de movimentos contra o governo e a lei até então decretada. Hoje, porém, a situação não é muito distinta da do início do século XX. Hodiernamente, muitas pessoas também são contrarias a vacinação obrigatória, devido ao desconhecimento sobre o assunto, causado principalmente pela postura das pessoas em relação ao assunto e à falta de atenção do Estado à questão.       Inicialmente, um entrave é o desleixo dos indivíduos em relação à problemática, em que muitos deles devido ao enorme número de compromissos ao longo do dia, que se relaciona ao conceito de intensificação da vida nervosa, trazido pelo sociólogo Georg Simmel, não têm tempo de sobra e acabam não buscando fontes confiáveis de informação, acreditando em notícias que defendem a inutilidade das vacinas ou fazem a atribuições de problemas à elas, sem qualquer tipo de argumentação, o que faz com que não levem seus filhos até os postos para a imunização. Segundo pesquisa da Organização Mundial da Saúde, OMS, 50% das pessoas que dizem ser contra às vacinas não buscaram maiores informações sobre o tema. Tais dados demonstram a gravidade da desinformação, já que muitos, por conta disso, não são imunizados e continuam contraindo doenças.       Além disso, outro desafio enfrentado na perspectiva é a inobservância estatal, uma vez que o governo federal, apesar de disponibilizar uma série de vacinas gratuitas à todos os habitantes, não promove grandes campanhas para a informação dos cidadãos. Sendo assim, sem o devido acesso ao conhecimento, grande parte das pessoas que são contra a obrigatoriedade das vacinas, não possuem qualquer motivo plausível ou relevante. Tais informações comprovam o pensamento do filósofo Sócrates, que afirmava existir apenas um bem, que seria o saber, e apenas um mal, que seria a ignorância, que é constatada a situacao atual.       Destarte para que os índices de desaprovação quanto à obrigatoriedade das vacinas no Brasil caia e uma sociedade mais integrada e imunizada seja alcançada, é necessário que o governo federal, em parceria com a OMS, promova palestras gratuitas noturnas com profissionais da saúde sobre a importância da vacinação, fazendo com que os cidadãos se conscientizem e passem a frequentar os postos de imunização. Assim, os índices de rejeição às leis cairão, e junto com eles, a incidência de novos casos de doenças também, promovendo o desenvolvimento da sociedade brasileira.