Enviada em: 20/04/2018

O tamanho continental das fronteiras brasileiras é um dos grandes entraves para a fiscalização das áreas de contato com outros países, mas não é o único. O baixo contingente policial e o congelamento dos investimentos em tecnologias de suporte à inteligência operacional são apontados como agravantes, tornando o tema cada vez mais delicado e  ampliando o potencial de contrabando de armas, drogas e outros produtos.        O problema aparentemente circunscrito às fronteiras do Paraguai, Colômbia e Venezuela ecoa em outros lugares do país, criando uma espiral de violência e criminalidade. A insegurança somada ao contexto atual de crise econômica e falta de estrutura em segurança pública ocasiona colapsos no sistema, como os massacres ocorridos na região Norte, devido a disputas entre facções pelo comando das rotas locais de drogas.        Esta insuficiência de controle nas áreas limítrofes fez com que o atual governo criasse a Força Nacional, uma polícia especial delegada para as áreas de fronteiras para suprir a falta de policiamento. A medida foi duramente criticada por especialistas em segurança pública, salientando que os esforços não deveriam concentrar-se apenas em repressão, mas em investimentos sociais preventivos e em tecnologia.        Para evitar uma situação de aprofundamento desta crise o governo deveria buscar soluções para mitigar os danos.  Estas ações devem pautar-se no aumento dos investimentos em tecnologia e infraestrutura, para diminuir gastos globais, como o sistema prisional. Ademais devem esforçar-se na melhoria das políticas públicas sociais preventivas, como as de educação, penas alternativas, regulamentação do mercado de drogas, diferenciação entre usuário e traficante e na desburocratização dos órgãos e da polícia. Certamente estas medidas mudariam o paradigma das drogas no Brasil e toda sua cadeia de produtos, como as armas e o crime organizado, fazendo com que o país avançasse e mudasse a situação do narcotráfico e suas mazelas sociais decorrentes.