Tropa de Elite. Narcos. Cidade de Deus. Tais filmes e série retratam, de forma realista, o combate ao tráfico de drogas ao redor do mundo, em que se é mostrado o grande poder dos narcotraficantes. Saindo do universo cinematográfico e partindo para uma análise na vida real, a expansão do crime organizado no Brasil e no mundo, sobretudo , relacionado ao tráfico de drogas e de armas tratam de um problema que envolve as fronteiras e nesse sentido diz respeito à questão da segurança e soberania nacional do Estado-Nação, ameaçados na atual contexto pelas redes ilegais que articuladas a nível mundial, desenvolvem atividades ilícitas que perpassam sobre a ordem do Estado. Analisa-se, de início, que os fatores primordiais para a manutenção do tráfico por fronteiras residem na falta de investimentos em segurança e na vulnerabilidade das divisas. É notório,que o Brasil não possui capacidade necessária para conter o fluxo de narcóticos ilegais através de suas fronteiras, pois não há o devido contingente de policiais federais que deveriam atuar na proteção das fronteiras, facilitando assim, a livre passagem de drogas e armas. Prova disso, é que segundo a Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes, Brasil e Argentina consomem juntas um terço de toda a cocaína do mundo. Pontua-se, como consequência, que a degradação da segurança pública está relacionada à vulnerabilidade das fronteiras, pois as ações do crime organizado estão ligadas ao tráfico de drogas e armas, principalmente, no Sudeste brasileiro. O início de tal problemática se constrói nas fronteiras internacionais sul-mato-grossenses, causando assim, um alto índice de pessoas presas por crimes como o tráfico. Dessa forma, tem-se um déficit no sistema prisional do país, pois com o elevado contingente de presos os investimentos são redirecionados aos gatos com os presidiários, aos invés de tal dinheiro ser aplicado no combate ao tráfico nas fronteiras. Percebe-se, portanto, que a caminhada em direção ao combate do tráfico nas fronteiras ainda é grande. Assim, urge que o Governo Federal realizando parcerias com áreas de Segurança Pública, implemente o uso de tecnologias, como drones e satélites para auxiliar na fiscalização e mapeamento de territórios, facilitando assim o trabalho da Polícia Federal, bem como, promovendo um número maior de guardas para monitoramento das fronteiras, a fim de se ter uma ampliação progressiva de recursos para tais ações. Outro fator coadjuvante, é que se estabeleça mecanismos operacionais com os países fronteiriços para se ter uma troca de informações, visto que, o problema do tráfico não está restrito um único país. Dessa maneira, aos poucos, filmes como Tropa de Elite será apenas uma lembrança da "guerra" vivida por muitas pessoas.