Enviada em: 28/04/2018

O Brasil vive, atualmente, uma intensa guerra entre as forças policiais contra o narcotráfico e o tráfico de armas. No entanto, a polícia tem sido incapaz de conter a entrada de produtos ilegais pela fronteira, haja vista a extensão continental do país e a escassez de recursos direcionados à essa proteção. O resultado que se nota é o crescente fortalecimento de milícias e facções pelo território brasileiro e, consequentemente, o aumento no índice de violência e de assassinatos. Tal contexto ratifica a necessidade de o Governo Federal buscar formas mais eficazes de controlar o tráfego de criminosos na fronteira brasileira, a fim de inibir o suprimento de armas e drogas no país, combatendo, assim, o crime organizado.      Pode-se apontar, primeiramente, como um dos principais vetores desse problema, a falta de recursos direcionados à fiscalização da fronteira brasileira. Isso ocorre por conta da inépcia do setor político para com o problema da segurança nos limites entre os Brasil e demais países sul-americanos, muitos dos quais são destaques mundiais no narcotráfico. O que sinaliza esse descaso é o fato de, apesar de possuir uma linha de fronteira terrestre de aproximadamente 17 mil quilômetros de extensão, haver menos de 1000 policiais responsáveis por vigiar uma parcela ínfima de 4% dessa área.     Vale ressaltar, no entanto, que, por mais importante que seja o investimento na contratação de mais pessoas, é fato que, dada as proporções territoriais brasileiras, dificilmente se poderá assegurar a proteção da fronteira somente com essa medida. É nesse ponto que a tecnologia ganha destaque: seu avanço deu aos governos acesso a uma enorme gama de informações sobre a população; satélites vem se tornando cada dia mais precisos e equipamentos de segurança extremamente sofisticados. Um bom exemplo desse avanço se teve durante as Olimpíadas Rio 2016, em que a Polícia Federal, em parceria com os serviços de inteligência de outros países, conseguiu prender suspeitos que planejavam um ataque terrorista durante os jogos, o que mostra a eficácia da tecnologia na garantia da segurança.      Diante desse cenário, e em vista das consequências da permeabilidade da fronteira à segurança pública do Brasil, é necessário que o Legislativo aprove uma medida orçamentária destinando uma parcela maior dos recursos da segurança à abertura de novos concursos para a contratação de mais agentes, suprindo a demanda de pessoal na segurança da fronteira, e à infraestrutura das bases policiais nessa região. Outrossim, o Governo Federal deve estabelecer uma parceria com as universidades brasileiras, subsidiando projetos científicos que visem trazer maior segurança ao país, superando, assim, o déficit que o país tem no setor tecnológico e garantindo uma atuação mais eficaz da polícia de fronteira no Brasil, análoga à que se teve durante a Rio 2016.