Enviada em: 25/07/2018

O Brasil é um país territorialmente extenso, assim é necessária uma política fronteiriça bem organizada e distribuída para cobrir os quase 19 mil quilômetros de fronteira terrestre e 7,5 mil km de costa marinha. No entanto, o programa de proteção às fronteiras nacional, Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), cobre apenas 4% das fronteiras; um grave problema, pois como afirma o diretor de combate ao Crime Organizado da polícia Federal (PF): "Infelizmente o Brasil faz fronteira com os três maiores produtores de cocaína do mundo: Colômbia, Peru e Bolívia", o que implica no tráfico de drogas e violência no país.       O Sisfron é um projeto recente. Instaurado em 2012 o sistema consumiu apenas 1,5 bilhão de reais, enquanto sua expansão ocorre lentamente devido a tecnologia e funcionários _ apenas 982 homens empenhados no serviço. O general Fernando Azevedo e Silva, chefe do Estado-maior do Exército aponta a tecnologia como solução para o problema e reclama da falta de compromisso do governo na questão orçamentária: "Não adianta botar homem na faixa de fronteira inteira. A tecnologia avança a cada dia. Tem que ter sensores, analisar o que os satélites pegam e selecionar isso para definir uma ação. Isso está sendo feito, mas depende um pouco mais do país na parte orçamentária.       A situação é crítica, o país enfrenta uma crise política e econômica, o Estado brasileiro está "inflado" com gastos no funcionarialísmo público; assim o deslocamento de verba para projetos de segurança como o Sisfron se vê comprometido. As consequências ultrapassam as fronteiras; as drogas produzidas principalmente na Bolívia abastecem as cracolândias brasileiras e contribuem para o aumento do tráfico e violência no país, que por sua vez aumentam o  deslocamento de verba para operações policiais.       Dessa forma, para diminuir os gastos e aumentar a segurança no Brasil, é preciso redirecionar os investimentos, priorizando o policiamento das fronteiras e o investimento em novas tecnologias para essa área, como o projeto Perfil Químico das Drogas que identifica a fonte produtora de cada lote de droga apreendido e, por meio da impressão digital, todos os que forem pegos transportando. Somente assim a segurança no país será efetiva, trazendo maior qualidade de vida para a população.