Enviada em: 02/10/2018

Histórias como a de Pablo Escobar - narcotraficante colombiano que controlou 80% do mercado mundial de cocaína - nos fazem perceber o quanto essa atividade é poderosa. A Polícia Federal se empenha no combate à entrada dessas drogas - e de outros ilícitos - nas fronteiras brasileiras. Entretanto, a mesma enfrenta desafios tais como a grande extensão dos limites territoriais brasileiros e a insuficiência de verba para aplicação de tecnologia no processo.       O Brasil tem dimensões continentais, visto que sua fronteira terrestre mede 16.866 quilômetros, e isso dificulta o controle dos policiais nos limites territoriais do país. Embora a fronteira seja tão grande, o efetivo policial é de apenas 982, uma média de aproximadamente 17 policiais por quilômetro. Percebe-se então que o contingente policial é insuficiente para tamanho território, pois é humanamente impossível que 17 policiais vigiem efetivamente 1000 metros de terra.       Além do desafio do tamanho dos limites territoriais, o Brasil enfrenta também a falta de dinheiro para ser aplicada na implementação de tecnologias que auxiliam o combate às drogas nas fronteiras. Em 2012 foi projetado pelo Exército o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), que consiste num programa para adicionar radares, sensores e outras tecnologias na luta da fronteira, tendo seu investimento auge em 2014, com 256 milhões por ano. No entanto, devido à crise financeira, o projeto vem recebendo menos verba, chegando a 182 milhões anuais.       Portanto, nota-se que o tamanho da fronteira brasileira e a falta de investimento são grandes dificuldades no combate à influência do narcotráfico "a la Pablo Escobar" e de outras atividades ilícitas. O Ministério da Segurança Pública deveria criar um projeto conjunto com as universidades públicas fronteiriças, o qual incentivaria os professores de engenharia e de computação a criar com seus alunos tecnologias que seriam utilizadas no combate à atividades ilegais nas fronteiras brasileiras.