Enviada em: 09/10/2018

A concepção da proteção de reinos e cidades, no século XVI, era efetivada com a criação de imensos muros em torno das cidades, facilitando, assim, o controle e identificação com autorização prévia de todos que passagem pelo domínio da nação. No entanto, hodiernamente no Brasil, o país com dimensões continentais se apresenta em detrimento da capacidade de policiamento das divisas, visto que há uma letargia governamental no âmbito de segurança nacional.        Convém ressaltar, a princípio, que o número de policiais atuantes na fiscalização de fronteiras se prova defasado, tendo em vista que 900 oficiais são responsáveis por quase 17 mil quilômetros de divisas nacionais com países que possuem elevado nível de exportação relacionada ao narcotráfico. Dessa forma, o pouco contingente apresenta dificuldade no exercício da proteção nacional, possibilitando, concomitantemente, a entrada de substâncias ilícitas e armas.        Em segunda análise, vê-se que a decrescente destinação de verbas é um fator determinante para agravar a problemática. Como prova da desatenção governamental, houve decréscimo de aproximadamente 38% no investimentos entres os anos de 2014 e 2016, representando uma defasagem que supera 70 milhões de reais. Nesse sentido, a concepção de Thomas Hobbes - teórico político e filósofo - apresenta a intervenção estatal como a única maneira de proteger efetivamente os cidadãos. À vista disso, o vigente sistema de protecionismo fronteiriço revela uma desatenção do Estado em relação à segurança nacional.      Em síntese, depreende-se a urgência de ações imperativas dos governantes em relação à problemática. Fundamentalmente, o Estado deve, através do Ministério de Segurança Pública, repassar verbas que viabilizem a contração e treinamento de novos policiais pela Polícia Federal (órgão responsável pela fiscalização das fronteiras), com o mapeamento e identificação de áreas de maior fluxo da travessia internacional não autorizada de produtos, com o fito de reprimir mais efetivamente a entrada  do tráfico ilegal no país. Em consonância, parte do investimento deve ser destinado à implementação de sensores e satélites, que identifiquem movimentações suspeitas em torno da fronteira e, em função disso, possibilite ações rápidas e precisas na apreensão de criminosos. Dessa forma, com a aliança entre o incremento da destinação de verbas relacionadas à segurança de fronteiras e o desempenho do órgão responsabilizado pelo policiamento, a proteção das fronteiras nacionais será, por fim, efetivada.