Enviada em: 28/01/2018

Um dos maiores desafios da polícia no Brasil é o controle das fronteiras. Com mais de 16 mil quilômetros de comprimento terrestre e mais de 7 mil de fronteira marítima, o país está sujeito à infiltração de drogas, armas e crime organizado. Como sua cobertura apenas com o atual contingente de servidores é inviável, percebe-se que a adoção de novas tecnologias é um dos caminhos para garantir a segurança nacional.       A princípio, de acordo com Oslain Campos Santana, delegado da Polícia Federal (PF), os atuais 982 policiais dedicados não são suficientes para atender toda a imensa fronteira do país. Considerando o Brasil tem como vizinhos grandes produtores ou corredores de drogas, como a Colômbia, Bolívia, Peru e Paraguai, há um problema de gestão pública que precisa ser debatido pela sociedade. Atualmente, o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) está disponível para a segurança da fronteira, mas cobre apenas 4% de sua extensão, cujo fraco monitoramento pode ajudar a explicar o crescimento da violência no país nos últimos anos.       Inegavelmente a tecnologia é o meio mais razoável para solucionar o problema. A adoção de câmeras, radares, detectores e computadores especializados pode substituir a presença física de policiais e reunir informações para composição de base estatística útil para a inteligência estratégica das Forças Armadas e da PF. Além disso, a qualificação dos atuais servidores é importante para que tais tecnologias sejam dominadas.       Percebe-se, portanto, a relevância do Sisfron. Com orçamento em queda - R$ 256 mi em 2014 e R$ 182 mi em 2017 - não há condições para que haja progresso. Para que isso aconteça, é importante que o Congresso Nacional discuta uma lei que garanta recursos mínimos e critérios de cooperação internacional ao sistema, dada sua relevância para a soberania brasileira. Assim, o Ministérios da Justiça e o da Defesa poderão adquirir as licenças e desenvolver os profissionais necessários para essa finalidade. Dessa maneira, as entidades presentes no monitoramento terão mais recursos e autonomia para impedir atividades criminosas na fronteira.