Enviada em: 08/05/2019

No livro O Cortiço de Aluísio Azevedo, são retratados dois modelos de moradia: a habitação coletiva e o sobrado, representado do baixo para o alto os extremos sociais do Rio de Janeiro no século XIX. Já nos dias de hoje, é fato que a realidade apresentada por Aluísio Azevedo ainda é retratada no Brasil dois séculos depois, acrescentada de um grande déficit habitacional que agrava a situação.      Em primeiro lugar, é importante destacar que desde o início do processo de industrialização no Brasil, houve um grande êxodo rural que contribuiu para a separação das classes sociais, onde os menos favorecidos passaram a ocupar as periferias das cidades, formando as atualmente chamadas comunidades. As comunidades apresentam situações inadequadas em que há falta de saneamento básico, residências construídas de forma irregular e violência. De acordo com o jornal r7, em 2008 haviam 5,8 milhões de pessoas vivendo em condições precárias de moradia, o que contraria a Declaração Universal dos Direitos Humanos onde especifica o direito de um padrão de vida a assegurar habitação a si e á sua família.      Por conseguinte, presencia-se uma forte desigualdade social: com a maioria da população comportando um salário mínimo e os valores dos alugueis cada vez mais altos, distancia os mais pobres do sonho de morar em um local adequado. Na cidade de São Paulo, por exemplo, há uma divisa entre um bairro nobre com condições de alto padrão e uma comunidade, expondo a evidente desigualdade e promovendo o questionamento do por quê, no mesmo local, existir tamanha divisão de direitos básicos dos cidadãos. Nesse sentido, segundo Aristóteles, devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade.       Portanto, é mister que o Estado tome providências para amenizar o quadro atual. Urge que o Ministério dos Direitos Humanos (MDH) por meio de verbas governamentais, construa residências em locais salubres, com condições mínimas á sobrevivência, como saneamento (água, tubulação para esgoto, coleta de lixo, pavimentação) e luz elétrica. Além de ser seguro e acessível aos serviços públicos básicos. Somente assim, construir-se-á uma sociedade com direito de moradia adequada para chamar de lar.