No romance Vidas Secas de Graciliano Ramos é retratado um personagem que sai pelo sertão nordestino com sua família em busca de melhores condições de vida. Dentre elas estariam a aquisição de uma moradia digna, uma vez que é uma dificuldade para a população de baixa renda, por serem muito desfavorecidos no cenário brasileiro. Entretanto, os interesses políticos junto com a crescente na especulação imobiliária, são intensificadores pontuais nessa vertente. Em primeiro lugar, é importante destacar que ter moradia é um direito constitucional e diz respeito a todos os cidadãos do país. No entanto, os programas sociais se modificaram em virtude dos interesses que movem os políticos, a fim de procurar um favorecimento a eles, com lucros mais evidentes ao Estado. De modo que, os pobres começaram a não terem mais o sonho realizado de uma casa própria, e isso somente evidencia o que José Saramago disse sobre a falsa democracia, em que nem todos tem voz na política. Nesse sentido, o dever de fornecer moradia aos desfavorecidos é um papel que voltou a não ser cumprido da forma correta por interesses extra políticos. Além disso, a expansão da especulação imobiliária principalmente nas grandes cidades intensificou a ocupação da periferia pelas classes baixas. Segundo o IBGE a população das favelas cresceu 27,5% entre 2000 e 2010, haja vista que leva a população pobre habitar em locais inadequados, como os morros suscetíveis a deslizamentos, mas é a única escolha para eles que não tem o apoio estatal devido. Dessa forma, a expulsão forçada com a gentrificação imposta com as imobiliárias para valorização do espaço desejado, levam às realidades como a de Paraisópolis e os condomínios do Morumbi. Fica claro, portanto, a dificuldade de acabar com o deficit habitacional. No que urge em inverter esse caso, cabe ao governo reformular os programas sociais, através de um pacote de medidas populares que irão ajudar no processo, a fim de fornecer casa a todos de forma igualitária para que consigam realizar seus sonhos mesmo com o desenvolvimento das cidades. Só assim, todos poderão conseguir melhores condições de vida sem se aventurar e por sua vida em risco.