Enviada em: 26/01/2018

Na obra "Modernidade Líquida", do sociólogo Zygmunt Bauman, o mundo moderno é caracterizado como um conjunto de aceleradas e fluidas relações sociais. Para acompanhar esse frenético ritmo da sociedade contemporânea, a alimentação foi negligenciada e a obesidade tornou-se um grande problema, acometendo, principalmente, as crianças. Fatores de ordem educacional, bem como econômica, caracterizam o caótico quadro de sobrepeso na infância.     É importante pontuar, de início, a omissão do meio acadêmico quanto à má alimentação dos jovens. À guisa de Kant, o ser humano é tudo aquilo que a educação faz dele. As escolas brasileiras, entretanto, negligenciam a saúde dos estudantes ao não instruí-los sobre os riscos da obesidade e as formas de preveni-la. Como reflexo de uma população ignorante frente aos hábitos alimentares ideais, 8,4% dos adolescentes são obesos e mais de 30% das crianças apresentam excesso de peso, segundo pesquisa recente do Ministério da Saúde.    Outrossim, tem-se os interesses financeiros na má alimentação dos brasileiros. Conforme Marx, em um mundo capitalizado, a busca pelo lucro ultrapassa valores éticos e morais. Nesse sentido, as grandes empresas alimentícias vendem a imagem dos seus produtos atreladas à felicidade e à satisfação pessoal, quando, na maioria das vezes, essas mercadorias são responsáveis pela degradação da saúde do consumidor. Ainda, de acordo com dados da UnB, as propagandas dessas indústrias induzem a uma má alimentação e atingem fortemente o público infantil.