Enviada em: 08/02/2018

Pequenos-grandes consumidores: efeitos da publicidade na obesidade infantil       O pintor Fernando Botero tem como estilo artístico a representação em suas obras de pessoas acima do peso, em formas arredondadas. Tal cenário ilustrado em sua arte, outrora entendido como estilo do artista; hoje, pode-se entender como uma das facetas da realidade. A obesidade é um problema crônico da sociedade atual, em especial, às crianças e aos adolescentes. Este problema de saúde pública advém não só do aumento de produtos calóricos, com altas taxas de açúcar, por exemplo, mas também do incremento de propagandas destinadas à esses públicos.        Assim como Botero e suas obras, sempre ilustradas para transmitir uma mensagem, imagens em si são capazes de disseminar informações. Em um contexto contemporâneo, a publicidade é um dos elementos responsáveis pela alteração dos hábitos de consumo. Ao veicular-se uma propaganda de alimentos destinados ao público infantil, costuma-se utilizar de personagens, como o chocolate da Frozen, o achocolatado do Mickey, o biscoito do Batman, entre outros. Tal comportamento deve-se à necessidade de persuasão de seus consumidores, as crianças. Não é possível, na modernidade, desvincular o aumento da obesidade com o incremento de propagandas direcionadas ao público mais suscetível à essas informações.       Em associação à esse constância de informações ao consumo de produtos não saudáveis, em consequência há o estimulo ao sobrepeso das crianças e dos adolescentes. Segundo dados do Ministério da Saúde, 8,4% dos jovens já estão acima do peso. Dessa forma, a camada da sociedade mais nova, em seu processo de desenvolvimento, já encontra-se em um grave problema de saúde. Este, aumenta não só o risco de doenças glicéricas, como a diabete, mas também eleva doenças relacionadas ao metabolismo infantil, como distúrbios da tireóide e colesterol alto.        O mundo moderno estimulou uma nova forma de disseminar informações e estímulos, a publicidade. Tal mecanismo, porém, também utiliza-se de um público extremamente vulnerável para atrair o consumo, as crianças e os adolescentes. Com o uso de artifícios de personagens infantis e de alimentos ricos em açúcar, atraí-se a atenção do "pequeno-grande" consumidor. Com isso, observa-se um aumento nas taxas de obesidade infantil, assim como suas consequências na saúde dessa parcela da população. No intuito de solucionar esta problemática, deve-se haver um esforço do Estado em uma nova política pública, intitulada, por exemplo, "Código do Consumidor Infantil", na qual define-se regras estritas para as propagandas infantis. Nesta, limitar-se-á não só a utilização de estímulos de elementos persuasivos -  personagens, por exemplo -, mas também a apresentação de produtos calóricos.