Enviada em: 15/03/2018

Construção social: sobre alimentação e obesidade.     Com a Revolução Neolítica, o homem deixou de ser nômade e tornou-se sedentário, graças a agricultura. Hoje, o padrão comportamental e alimentar presente nas sociedades é, em maioria, marcado  por um consumo refém de industrializados, baseado nas "comidas instantâneas" e isento de atividades físicas. Com isso, a obesidade acomete grande parte da população e alerta, principalmente, quando trata-se dos mais jovens.      A pluralidade dos fatores, proposta por Nietzsche, deve também ser aplicada ao analisar as causas do sobrepeso infanto-juvenil. Segundo o Ministério da Saúde, 1 em cada 3 das crianças de 5 a 9 anos possuem excesso de peso, enquanto cerca de 8,9% dos adolescentes são obesos. Os dados, evidenciam o descuido, por parte das famílias, em inserir desde a primeira infância uma cultura de educação do paladar. Por parte da mídia, propagandas extremamente persuasivas induzem o consumo de produtos ricos em gorduras e açucares. Já no ambiente escolar, em maioria, não há estímulo à hábitos saudável e, por vezes, a iniciativa de pais ao tentar diversificar a rotina alimentar dos filhos enfrenta como desafios o preconceito e o bullying de colegas de classe.       Entretanto, não somente nas escolas o preconceito alimentar é notado. Recentemente, a cozinheira Bela Gil, ao expor a nutrição que oferece aos filhos, foi criticada nas redes sociais com falas do tipo: "Criança precisa comer chocolate!" e "Isso não pode ser gostoso!". Onde fica evidente que, no Brasil, hábitos de consumo ainda são uma construção social rígida e fruto, muitas vezes, do senso comum. Além disso, com a sociedade cada vez mais violenta e perigosa, pais e responsáveis temem em permitir que crianças saiam para brincar em praças e espaços públicos, como era hábito comum no passado. Com a aliança da má alimentação e falta de atividades físicas, os índices de obesidade infantil são crescentes e desencadeiam doenças crônico-degenerativas e menos expectativa de vida.       A obesidade durante o período da infância é, principalmente, fruto de uma cultura alimentar propagada na sociedade e estimulada pela mídia com incentivo das grandes empresas. Para combater tal realidade, é necessário que as famílias conscientizem-se sobre a importância de uma dieta equilibrada e, através de exemplos, ensinem os mais novos sobre a adoção de hábitos saudáveis. No ambiente escolar, deve ser criada e introduzida por iniciativa do Governo Federal uma disciplina que aborde sobre alimentação e suas consequências ao organismo humano, para combater o senso comum. E, por fim, criação de ambientes públicos destinados à pratica esportiva, nos bairros e comunidades, com verba municipal. Assim, será possível uma nova consciência coletiva no Brasil.