Enviada em: 28/03/2018

A má alimentação tornou-se algo muito presente na sociedade contemporânea, sobretudo entre o público infantil. De fato, uma em cada três crianças brasileiras entre 5 e 9 anos de idade está com excesso de peso, de acordo com o Ministério da Saúde, e isso geralmente pode estar vinculado a outras complicações mais graves. Diante disso, dois aspectos fazem-se relevantes: a omissão familiar e a indústria cultural.  É importante pontuar de início os impactos da ausência familiar na formulação dessa questão. Isso ocorre porque, na sociedade hipercapitalista que vivemos, o desejo insaciável de obtenção do máximo lucro de monetário faz com que muitos pais precisem passar mais tempo trabalhando a cuidar dos filhos. Em razão disso, a alimentação desses indivíduos torna-se mais dinâmica e menos diversificada com a aquisição de produtos altamente industrializados ricos em gorduras e colesterol. Assim, a manutenção desses costumes, associado a falta de exercícios físicos diários, são os principais fatores que colaboram com o excesso de peso e com o surgimento de várias doenças, como a diabetes.  Adjacente a isso, é fundamental ressaltar também os problemas da indústria cultural. Conforme os principais representantes da Escola de Frankfurt, Adorno e Horkheimer, o sistema capitalista, por meio da indústria cultural de alimentos, implanta a necessidade de consumo nas pessoas, tornando elas alienadas. Ao seguir essa linha de pensamento, percebe-se que a obesidade infantil se relaciona com as ideias dos filósofos; uma vez que, esse sistema, se aproveitado do seu poder de disseminação, convencimento e da vulnerabilidade do público infantil, lança seus produtos associados com personagens e brinquedos visando despertar o desejo compulsório nas crianças. Em virtude disso, o excesso de consumo desses alimento, que na maioria das vezes são poucos saudáveis, somado com a ausência dos pais, funciona de base forte para a persistência do problema no Brasil.  Portanto, é imprescindível que haja uma parceria entre as escolas e o governo para mitigar essa problemática. Logo, cabe às instituições educacionais realizar no ensino infantil, fundamental e médio, palestras com professores e nutricionistas a respeito da importância da boa alimentação para a saúde e para o futuro do cidadão, além de indicar onde se pode adquirir alimentos saudáveis de acordo com o contexto que cada um estão inseridos. Ademais, é dever do governo, por meio de fiscalizações, a mediação as propagandas que circulam em rede nacional, com o intuito de tirar de circulação aquelas que podem atingir o público infantil com produtos idealizados de pouca qualidade, além de criar limites nutricionais nas principais redes alimentares do país, visando diminuir casos de doenças crônicas em crianças por causa do excesso de sais, gorduras e colesterol nesses alimentos.