Enviada em: 29/03/2018

Os primeiros navegadores que chegaram ao Brasil ficaram impressionados com a robustez e com o aspecto sadio dos jovens índios, que, de fato, alimentavam-se abundantemente de produtos naturais e movimentavam-se constantemente (não eram, portanto, sedentários e não cultivavam hábitos nocivos à saúde). Entretanto, hodiernamente, os problemas causados pela industrialização, bem como as mudanças dos hábitos sociais, favoreceram o aumento da obesidade entre os jovens brasileiros, revelando-se como um grave problema de saúde pública. Nesse sentido convém analisar as vertentes que englobam tal entrave.             Em primeiro plano, é indubitável que o sobrepeso entre os jovens está intimamente relacionado com o avanço das indústrias de alimentos processados, juntamente com sua imposição no mercado. Nesse viés, quando o sociólogo Adorno afirmava que a mídia cria estereótipos que tiram a liberdade de pensamento dos espectadores, parece prever a realidade como a de uma sociedade em que órgãos de comunicação tendem a persuadir o tempo todo, fazendo o uso de propagandas cada vez mais elaboradas para o público juvenil, assimilando seus produtos à personagens de desenhos e heróis conhecidos, não ignorando o incrível potencial de crianças e adolescentes diante desse propósito. Assim, torna-se evidente que a propaganda massiva de produtos nocivos, a exemplo os "Fast-foods" e "guloseimas" de todo o tipo, corroboram para o aumento significativo de peso entre a população jovem.           Outrossim, ao descortinar o século XXI, a contemporaneidade, marcada pelo avanço dos aparatos tecnológicos e das modificações dos hábitos de crianças e adolescentes, permitiu a significativa sedentarização de tal faixa etária. De fato, o jovem moderno acaba, por vezes, dedicando seu tempo livre a atividades que não envolvem a movimentação corporal (bem diferente dos jovens índios saudáveis), a exemplo, correr e jogar futebol, optando pelo uso de celulares, jogos virtuais e programas de televisão, o que favorece o acumulo de massa corporal pelos mesmos e, potencializa, ao longo do tempo, alterações metabólicas e problemas cardiovasculares.           À vista de tais preceitos, a obesidade infantil, configura-se uma chaga social que demanda imediata resolução. Para que se reverta esse cenário problemático, portanto, faz-se necessária a atuação governamental, por meio da Conselho de Autorregulação Publicitária, fiscalizando e multando as empresas que realizam a propaganda massiva destinada ao público jovem, de modo a diminuir a influência das mesmas. Ademais, fica a cargo do Ministério da Educação aumentar a carga horária de educação física na base curricular do Ensino Infantil, juntamente com a disponibilização de materiais poliesportivos novos, a fim de estimular os alunos a realizarem mais atividades de dinâmica corporal.