No gibi "Turma da Mônica", a personagem Magali está sempre comendo mas nunca engordando. No entanto, fora dos quadrinhos, essa não é a realidade do Brasil, onde as crianças que ingerem mais alimentos que o recomendado estão com sobrepeso. Nesse contexto, há dois fatores que não podem ser negligenciados: o papel da sociedade na alimentação infantil e o desestímulo a atividades físicas desde a infância. Em primeira análise, vale ressaltar que a população brasileira falha com os menores no direcionamento alimentar. Segundo Émile Durkheim, o fato social é a coletiva repetição de fatos dotada de exterioridade, coercitividade e generalidade. Seguindo esse raciocínio, percebe-se que a obesidade infantil se encaixa na teoria do sociólogo porque se uma criança vive em uma família com maus hábitos alimentícios ela tende a adotar os mesmos comportamentos por causa da vivência em grupo. Por isso, a mudança deve começar nos lares brasileiros a fim de erradicar o sobrepeso na infância. Ademais, convém frisar que a falta de incentivo à prática de exercícios físicos é um dos principais causadores do excesso de peso pueril. Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, a sociedade líquida não tem preocupação com consequências a longo prazo, por isso as pessoas estão em constante movimento, e os responsáveis, que não tem tempo para se dedicar ao controle da saúde dos filhos, inserem a criança no mundo tecnológico e não nas atividades físicas, culminando o sobrepeso infantil. Portanto, medidas são necessárias para a atenuação da problemática. É imprescindível que os familiares garantam a saúde da criança por meio da alimentação saudável conjunta dentro dos lares, com o incentivo à culinária caseira, mais benéfica que produtos industrializados. Além disso, os responsáveis devem estimular os filhos à prática de exercícios físicos recorrendo a uma parcela de tempo diária destinada à atividades com eles, de modo que a influência adulta desperte o gosto pela vida saudável nos pequenos. Logo, a obesidade infantil não será um desafio no país.