Enviada em: 31/03/2018

Frutos da "era fast"       O fenômeno da globalização destacou-se a partir do século XIX com o desenvolvimento de novas formas de transporte e das telecomunicações, visto que permitiram um intercâmbio global mais célere. Assim, a nociva obesidade infantil floresce das campanhas publicitárias e, ainda, sofre com os frutos que dela brotam - um comportamento, incoerentemente, (oni)presente.       Adaptando a ideia de modernidade presume-se que, hodiernamente, o prazer imediato apresenta prioridade na vida dos cidadãos em detrimento ao cuidado com a saúde. Nesse sentido, a facilidade em adquirir alimentos não saudáveis e a preferência por uma refeição rápida simbolizam a disseminação de "fast food", de modo que em qualquer esquina encontra-se uma lanchonete. Dessa forma, as propagandas voltadas ao público infantil demonstrando os brindes que acompanham as refeições, recrudescem o consumo de alimentos calóricos pelas crianças, interessadas em adquirir os brinquedos. Diante deste fato, a ingestão de comidas pouco saudáveis pode acarretar o aparecimento de doenças como a obesidade.       Por esse prisma, alimentos processados como: refrigerante, sucos adocicados e biscoitos recheados, invadiram às mesas de uma população que se movimenta cada vez menos. De acordo com dados divulgados pela OMS, há 124 milhões de crianças e adolescentes obesos no mundo e esta condição resulta da falta de exercícios físicos, já que o público infantil nasce conectado às tecnologias e não contempla incentivo dos pais para outras atividades. Nesse cenário, além do sobrepeso, também desenvolvem hipertensão arterial, diabetes, distúrbios psicológicos e outras complicações, que somadas tornam-se complicações trágicas.       Infere-se, pois, que, a indesejável obesidade infantil requer políticas públicas ativas. Desse modo, o Estado, regular os conteúdos veiculados nas campanhas publicitárias, por meio de fiscalização aos materiais, a fim de reduzir propagandas de consumismo infantil; e a escola, instruir os alunos por meio de palestras nutricionais e criar projetos que regulamentam as cantinas, para que as crianças reconheçam os males desses consumos e desenvolvam bons hábitos alimentares. Logo, os frutos da "era fast" minimizarão seus efeitos sob a população infantil.