Enviada em: 05/05/2018

O Brasil está vivenciando o que pode ser o pior momento de sua história no que tange à segurança publica. Apesar do Governo estar tomando medidas coercitivas, inclusive com uso das Forças Armadas para combater a criminalidade urbana, o problema da segurança pública é muito mais social do que policial.        Quando se observa o perfil dos criminosos no país, verifica-se que a idade de ingresso na criminalidade parece estar cada vez menor. Isto traz a conclusão de que a raiz do problema está na falta de perspectiva de vida por parte das crianças e jovens brasileiros. Em uma sociedade em que a chance nascer pobre e se tornar alguém muito bem-sucedido é ínfima, o caminho do crime acaba sendo o mais curto para se obter algum recurso material e respeito dentro do seu nicho social.        Assim, nota-se um ciclo vicioso em que a desigualdade social gera violência e esta origina mais desigualdades. Isto porque os recursos públicos que deveriam estar sendo investidos em educação, projetos sociais que diminuam a desigualdade social e melhoria do aparato policial está sendo lançado aos montes na intervenção coercitiva.        Ademais, em outras ocasiões, já se comprovou que que tais medidas emergenciais com uso de forças nacionais de segurança para a solução da violência urbana surtiram efeitos pouco duradouros. Na maioria das vezes o que ocorre é um mascaramento do problema. O investimento em segurança deve ser em itens que geram efeitos permanentes, como a provisão de salários dignos aos policiais, melhoria nos equipamentos utilizados por eles e aumento do efetivo orgânico.        Dado o exposto, a segurança pública começa a ser assunto menos traumático quando há menos desigualdade social. Esta, por sua vez, reduz com a melhoria em educação e projetos sociais de qualidade. Evidentemente o resultado não é imediato. Assim, é salutar que o Governo encontre um equilíbrio entre ações imediatas de coerção e investimentos e os investimentos essenciais de efeitos permanentes.