Enviada em: 10/05/2018

Contratempo secular  O romance Capitães da Areia, de Jorge Amado, narra a história de meninos marginalizados em Salvador. Tais garotos foram privados de seus direitos de cidadãos, o que os influenciou a viver suas vidas cometendo delitos. Apesar do livro ter sido lançado no século XX, a relação entre a falta de oportunidades, a marginalização e os altos índices criminais continuam constantes no cotidiano do Brasil. Desse modo, a violência urbana continua a crescer baseada nos inúmeros problemas estruturais do ineficiente Estado brasileiro.   A educação precária e a falta de oportunidades no mercado de trabalho são, nesse aspecto, itens que dificultam a solução da insegurança no país. Dessa maneira, indivíduos marginalizados encontram no crime um modo de ascender economicamente. Neste caso, o tráfico de drogas é, geralmente, escolhido devido o alto número de consumidores privados dos produtos pela criminalização feita pelo Estado, o que fomenta a dominação e a violência causada por quadrilhas deste segmento.   O sistema carcerário de caráter punitivo, além disso, influencia os altos índices de criminalidade no Brasil. Sob essa perspectiva, as prisões não auxiliam a ressocialização dos indivíduos, o que se reflete nas altas taxas de reincidência criminal. Desse modo, as prisões apenas reciclam os criminosos, que, após a pena, voltam a ameaçar a segurança pública.    Para alterar o quadro secular de insegurança e marginalização retratado por Jorge Amado é necessário, portanto, realizar modificações estruturais no Brasil. Tais mudanças devem ser realizadas pelo governo federal, empreendendo reformas no sistema educacional a fim de garantir acesso à educação de qualidade para todos. Tal reforma deve, além disso, implementar cursos técnicos nas prisões para capacitar e facilitar a reinserção de indivíduos na sociedade. Desse modo, o Brasil pode vencer os desafios do sistema de segurança pública brasileira.