Enviada em: 28/05/2018

O romance "Capitães de Areia", de Jorge Amado, narra a história de um grupo de menores abandonados que sobrevive basicamente de furtos. Apesar do livro ter sido lançado no século XX, a relação entre a falta de oportunidades, a marginalização e os altos índices criminais continuam constantes no cotidiano do Brasil. Assim, é importante enxergar os desafios em torno da segurança pública como um problema de caráter social, que está relacionado à ausência de ações governamentais a à falta de uma educação mais expansiva.       De início, nota-se que a deficiência da segurança pública do Brasil tem como principal ponto de partida o mal planejamento por parte do Estado. Isso porque o governo prioriza o reparo dos problemas e esquece de elaborar políticas públicas que ajam na prevenção. Dessa forma, para controlar os altos índices de criminalidade e tentar passar segurança aos cidadãos, convocar o exército e sair prendendo todo mundo parece ser a medida mais rápida. No entanto, fazer uso da força  e superlotar presídios se tornam ações isoladas quando não são acompanhadas de um planejamento mais preventivo. Logo, o investimento do governo é ineficaz para resolver a questão da segurança pública em longo prazo. Uma prova de que a solução para este problema é bem mais complexa do que o que está sendo feito no Brasil é que conforme a pesquisa realizada pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2016, o Brasil gasta 1,5% do PIB em segurança pública, o que é considerado pouco se comparado com países como a França, que gasta cerca de 2,0% do PIB nesse setor.       Pontua-se, ainda, que a falta de acesso à educação é um fator que contribui para a insegurança nas ruas. Tal fato acontece porque a educação oferecida no Brasil pelo sistema público ainda não é expansiva e de qualidade, principalmente, em comunidades carentes, nas quais muitos jovens acabam recorrendo ao mundo da criminalidade, aumentando os índices de violência e prejudicando o sistema público de segurança. Desse modo, assim como preconizado pelo educador Paulo Freire, "se a educação não pode transformar uma sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda", provando que segurança e educação estão intimamente relacionadas.       Percebe-se, portanto, que algumas medidas precisam ser tomadas para que se tenha um segurança pública de qualidade. Logo, o Governo, através do Ministério da Educação, deve construir escolas técnicas nas periferias, que contem com políticas públicas educacionais que valorizem a educação e a convivência em sociedade, a fim de aumentar o acesso à educação nas áreas periféricas, além de facilitar o ingresso dos alunos no mercado de trabalho e a harmonia social, para que eles não precisem recorrer ao crime. É cortando o mal pela raiz que deixarão de existir mais "Capitães de Areia".