Enviada em: 11/06/2018

O processo de urbanização do Brasil ocorreu via metropolização, de forma abrupta e desorganizada. Nesse contexto, diante de um cenário marcado pela favelização e aumento da violência urbana, o Estado se mostrou ineficaz no que diz respeito tomada de medidas para reverter essa situação, assim, contribuindo para a, atual, precariedade do sistema de segurança pública do país.                                       O texto constitucional dispõe que a segurança é um direito fundamental de todos os brasileiros e estrangeiros residentes no país. No entanto, o que se vê, na realidade, é um completo descaso em relação ao asseguramento da segurança pública, tendo em vista que, a cada ano, os índices de violência aumentam, drasticamente, no país. Prova disso é que, nos últimos anos, houve um crescimento alarmante nos números de assaltos e homicídios, que, de acordo com Fórum Brasileiro de Segurança pública, tiveram uma média de elucidação de apenas 5%, desse modo, comprovando a debilidade do sistema. Nessa conjuntura, se aproveitando das brechas deixadas pelo poder público, o crime organizado vem ampliando suas áreas de atuação e se fortalecendo, em muitos casos, superando belicamente o aparato policial, o que gera uma sensação de insegurança na população.    De acordo com Thomas Hobbes, filósofo inglês, uma das funções do estado é a de garantir a segurança dos indivíduos. Em contraponto a ideia do pensador, o governo, principalmente na esfera estadual, tem sido ineficiente no que confere à gestão do setor de segurança, com baixos investimentos e falta de reformas para que haja a atualização e modernização desse. Isso só ficou claro a partir dos, recentes, acontecimentos ocorridos no Rio de Janeiro, que teve grandes investimentos direcionados a obras para eventos esportivos em detrimento aos anseios sociais. Entretanto, a problemática da falta de segurança não se restringe apenas ao Rio, mas sim, é um imbróglio bem mais amplo e que tem como alicerce as deficiências em áreas como educação, saúde, emprego e assistência social.    Torna-se imperioso, portanto, que o Governo Estadual atue na superintendência do setor de segurança de forma sistêmica, promovendo ações simultâneas e coordenadas, desse modo, buscando uma maior aproximação das forças policiais com a sociedade civil, o que pode facilitar a articulação dos agentes na elucidação de crimes, além de passar maior segurança aos cidadãos. Ademais, é mister que haja, por parte do Governo Federal, não só investimentos na segurança, mas também em outros âmbitos sociais deficitários, aliando-se a isso ações de caráter preventivo, assim sendo, presando por melhorias na educação e o maior acesso à essa, além de estabelecer políticas sociais integrais com o fito de atingir, essencialmente, as camadas marginalizadas, disponibilizando cursos técnicos para os jovens e garantindo um maior suporte para as famílias.