Enviada em: 08/06/2018

O Atlas da Violência 2017, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostrou que o Brasil é um dos países mais violentos do mundo, com uma taxa de homicídios de 28,9 por 100 mil habitantes. Os índices de racismo, feminicídio, tráfico de drogas e assassinatos por armas de fogo são inacreditavelmente altos, e as medidas de resolução frequentemente tomadas só são viáveis a curto prazo, como a intervenção federal no Rio de Janeiro, não resolvendo o problema de segurança pública de fato.       Brás Cubas, personagem de Machado de Assis, afirma em suas memórias póstumas não querer ter filhos para não transmitir a eles o legado de nossa miséria. Se fosse vivo veria sua acertada decisão no que tange a educação pública brasileira. Educação esta, de péssima qualidade, desigual e que contribui cada vez mais com o aumento da taxa de jovens infratores, visto que as escolas não mais garantem um ensino de qualidade, entregando milhares dos “estudantes”, principalmente os mais desfavorecidos socialmente, ao mundo do crime.       Além disso, o Brasil é o país que possui a terceira maior população carcerária do mundo, segundo dados recentes liberados pelo Ministério da Justiça. Posto que, as prisões são cada vez mais recorrentes e os programas de reinserção social cada vez menos lembrados. Os presidiários, na maioria das vezes, são liberados sem possuir família e amigos que possam oferecer apoio, sem perspectivas de vida, marginalizados pelo resto da população e consequentemente acabam enxergando o retorno à criminalidade como única forma de sobrevivência.       A fim de garantir a real segurança pública em nosso país, é necessário que o Governo realize maiores investimentos em toda a esfera educacional, garantindo que todas as crianças e jovens tenham acesso à educação de qualidade, por meio de escolas bem estruturadas, professores preparados e materiais em bom estado, no mínimo, para que possam enxergar nos estudos uma forma de ascensão social. Ademais, o Ministério da Justiça, em conjunto com ONG’s, deve investir em programas de reinserção social de infratores, com renda proveniente dos altos impostos cobrados da população em geral, para que os presídios deixem de funcionar como escolas do crime e garantam resultados satisfatórios a curto e longo prazo, tanto em relação a segurança dos brasileiros quanto à qualidade de vida dos detentos e ex detentos.