Enviada em: 03/04/2018

A sociedade nos últimos séculos passou por inúmeras transformações, além da superação de uma infinidade de entraves. Entretanto, mesmo após diversos avanços nos mais variados campos, o atraso brasileiro permanece e se reflete na precária condição da segurança pública, a qual é responsável pelos alarmantes índices de roubos e assassinatos registrados. Diante disso, considera-se necessário incitar uma maior atuação do Poder Público em consonância com a sociedade e as instituições formadoras de opinião, visando à melhoria do atual cenário na contemporaneidade brasileira.    Convém ressaltar, a princípio que o atraso demasiado por parte do Poder Público em efetivar reformas no sistema de segurança é um fator determinante para a persistência das atuais estatísticas no país. Esse cenário é vivenciado como uma consequência da apatia dos governantes em responder as demandas sociais existentes, uma vez que a violência, apesar de afetar toda a sociedade, acomete em maior escala as classes mais baixas, estrato social diferente de grande parte dos legisladores e executores das políticas públicas. Tal conjuntura é análoga ao pensamento de A. Schopenhauer de que os limites do campo de visão de uma pessoa, determinam o seu entendimento sobre o mundo.   Consequentemente, insuficientes recursos governamentais são destinados a esse entrave que juntamente com o baixíssimo índice de elucidação de assassinatos registrados no Brasil, (cerca de 5% contra 95% em países como o Reino Unido) levam a persistência da insegurança e a compreensível insatisfação por parte da população. Essa conjuntura, de acordo com as ideias do filósofo contratualista John Locke, configura-se como uma violação do “contrato social”, já que o Estado não cumpre sua função de garantir que os cidadãos gozem de direitos imprescindíveis (como a segurança), o que infelizmente é evidente no país.    Diante dos fatos supracitados, faz-se necessário que instituições formadoras de opinião, pressionem o Governo na aplicação de reformas nos sistemas policial e judiciário, por intermédio de campanhas informativas e de conscientização, visando o engajamento dos cidadãos brasileiros. Além disso, é imprescindível que o Poder Público destine mais recursos a segurança pública, com o objetivo de contratar um maior número de policiais e melhorar a precária infraestrutura de tais agentes. Ademais, cabe à população se engajar e pressionar os governantes, exercendo sua cidadania em uma sociedade democrática, através de protestos e passeatas. Dessa forma, se consolidará uma sociedade mais segura, onde o Estado desempenha corretamente seu “contrato social”, tal como afirma John Locke.