Enviada em: 12/04/2018

O Brasil, país historicamente desigual, sofre no século XXI um acentuado aumento nas práticas criminosas. Corroborando a célebre frase "O homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe.", do filósofo iluminista Jean Jacques Rousseau, infere-se que o crescimento dessas ações ilegais ocorre, em sua maioria, pela negligência do governo em oferecer a base educacional necessária à crianças e adolescentes. Assim, contingentes cada vez maiores de jovens migram para o crime a fim de uma ascensão econômica que dificilmente teriam por vias lícitas devido à baixa escolarização, configurando, dessa maneira, desafios para o sistema de segurança pública brasileiro.      É sabido que, apesar dos órgãos governamentais brasileiros declararem investimentos constantes na educação, a qualidade desse serviço revela o oposto. Devido à greves, atrasos de salário de docentes, falta de merenda e de infraestrutura adequada, os alunos abandonam as escolas e entram para o "mundo do crime". Portanto, a problemática da violência, que seria evitada em grande parte por investimentos concretos em ensino, torna-se uma questão de segurança, que afeta milhões de cidadãos pelo país.        Ademais, o sucateamento das polícias do Brasil, fomentado pela crise econômica geral iniciada no biênio 2014-15, gera ainda mais desafios para a resolução desse quadro negativo. Em 2018, com o agravamento da violência urbana, em especial no Estado do Rio de Janeiro, o Governo Federal adotou medidas extremas como a intervenção militar para preservar a integridade da população fluminense. Além disso, a câmara dos deputados aprovou, em 11 de abril de 2018, o texto base da criação do Sistema Único de Segurança Pública - SUSP -, com a finalidade de integrar as polícias, guardas municipais e corpo de bombeiros para ações conjuntas que reduzam o índice de criminalidade em território tupiniquim, fato que denuncia, novamente, a gravidade da situação.        Dessa forma, é imperioso que órgãos públicos e privados unam esforços para resolução dessa conjuntura prejudicial à sociedade civil. O Governo Federal precisa criar índices máximos de evasão escolar e deve aplicar multas em dinheiro aos estados que não cumprirem essa meta em um prazo pré estabelecido, com o propósito de menos jovens se tornarem criminosos. Já órgãos privados, como comércios e indústrias, necessitam doar viaturas e armamentos às corporações policiais, em troca de incentivos fiscais do governo, para que haja uma redução a curto prazo nos indicadores de violência. E, por fim, é vital que o Senado e a presidência aprovem, também, a criação do SUSP. Apenas assim, os desafios da segurança pública no Brasil serão solucionados.