Conforme teorias do economista Karl Marx, a história da sociedade é composta por desigualdades. Assim, nota-se que os desafios do sistema de segurança pública deste país, estão cada vez mais comuns no limiar do século XXI. Dessa forma, deve-se analisar como a herança histórico-cultural e o poder público prejudicam a questão no hodierno. Indubitavelmente, a herança histórico-cultural é a principal responsável pela manutenção dos desafios. Isso decorre do século XVI, quando a ordem escravocrata disseminou ideias de superioridade, a sociedade então, por tender a incorporar costumes de época, conforme defendeu o sociólogo Pierre Bordieu, naturalizou esse pensamento e passou a reproduzir atos de violência por crenças de superioridade. Logo, não se sustenta a tese de que seja normal ainda haver violência em um país globalizado como o Brasil. Atrelado à sociedade, nota-se, ainda, que o poder público negligencia os direitos da população. Isso porque, embora a Constituição Federal de 1988 os garanta, o Estado não garante a efetivação de muitas conquistas. Então, a realidade é contraproducente, e a regra constitucional claramente infringida, pois, os interesses socioeconômicos do Governo se sobrepõem à fiscalização das leis. Não é à toa, então, que a qualidade de vida, de acordo com Marx, seja cada vez mais precária, por conta das desigualdades sociais. Fato esse, que é inadmissível em uma democracia. Diante do exposto, percebe-se que a sociedade e o Estado prejudicam na questão da segurança. O Governo Federal, portanto, através do Ministério da Educação deve incluir o ensino obrigatório sobre a história da diversidade do país na grade curricular dos ensinos infantil, fundamental e médio, a fim de evitar a potencialização e naturalização da violência. Ademais, o Ministério Público deve atuar por meio da implementação de pontos fiscais nas cidades para assegurar o cumprimento de direitos, sobretudo o do resguardo estatal. Assim, a equidade defendida por Marx, será de uma vez por todas, respeitadas.