Enviada em: 16/06/2018

Armas Deleuzianas            Durante a Idade Média, do século V ao XV, devido à ausência de saneamento básico e tratamentos medicinais, as doenças, como a “Peste Bubônica”, ocasionaram diversas mortes. De maneira semelhante, as epidemias no Brasil, em pleno século XXI, apresentam as mesmas conotações desse fato histórico: escasso investimento político e falta de conscientização social. Nesse contexto, a insuficiência política, bem como o papel da sociedade configuram dificuldades na saúde pública do país.        Mormente, cabe salientar que, segundo Gilles Deleuze, não se pode lutar politicamente, hoje, com armas do passado. Sob tal ótica, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem se mostrado insuficiente na contenção de doenças, e a população, na maioria das vezes, não busca outras formas de tratamento, corroborando para o surgimento de epidemias. Prova disso são opiniões de especialistas na área, na qual um dos principais problemas do SUS é que a atenção básica não consegue funcionar como porta de entrada, e as unidades de média e alta complexidade ficam sobrecarregadas. Dessa forma, evidencia-se a importância de novos métodos políticas acerca desse arranjo como forma de combate a problemática.        Além disso, é possível observar que esse fato é impulsionado por fatores sociais. Na Idade Média, a população não apresentava medidas preventivas à contaminação de doenças, haja vista que não possuíam conhecimento sobre tal. Analogamente, a sociedade brasileira mostra-se desatenta às consequências dessas enfermidades. Bom exemplo disso é o caso do vírus da dengue, transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti , no qual, segundo o Ministério da Saúde, os criadouros desse inseto ocorrem, em grande parte, nos depósitos e lixos domiciliares. Destarte, a falta de cooperação social diante desse cenário funciona como um agravador do problema no país.        Urge, portanto, que medidas públicas são necessárias para alterar essa realidade. Posto isso, cabe ao Governo Federal, na esfera estadual e municipal, aplicar investimentos na construção de mais hospitais públicos, bem como em mais funcionários especializados, de modo que essas instituições sejam capazes de atender todos os casos de doenças epidêmicas. Outrossim, o Ministério da Saúde, em parceria à emissoras de rede aberta, deve promover campanhas de saúde, com o fito de conscientizar a população brasileira sobre medidas de prevenção desses males. Somente assim, com base nas armas políticas propostas por Deleuze, poder-se-á gradativamente minimizar esse fato social no Brasil.