Enviada em: 17/07/2018

A revolta da vacina, presenciada em 1904, no Brasil, ocorreu em razão do desconhecimento da população que, por acreditar ser um veneno, recusou-se a participar da campanha obrigatória de imunização. Na contemporaneidade, a falta de informação continua presente, tendo em vista a força ganhada pelos movimentos antivacinas. Ademais, é cabível enfatizar também como a falta de saneamento básico é um fator corroborativo para o reaparecimento de epidemias no país. Dessa forma, cabe analisar a questão a fim de reverter esse quadro.     É indubitável que, doenças já erradicadas, como a poliomielite e o sarampo, voltaram a aparecer no cenário brasileiro. Observa-se que os movimentos antivacinas estão crescendo no país, as informações divulgadas por eles para atrair membros, são espalhadas sem bases científicas que possam comprovar a veracidade das informações. Dessa maneira, as campanhas de imunização são prejudicadas e a saúde da população afetada. E, por mais que pareça uma escolha individual não ser vacinar, é social, pois, quando a pessoa escolhe não se prevenir, além de poder contrair uma doença, pode torna-se transmissora e disseminadora, podendo contribuir para uma epidemia   Em paralelo, a falta de saneamento básico contribui com a propagação de inúmeras doenças, como a dengue e a febre amarela. A lei 11.445/07 garante a todo cidadão o direito de saneamento básico, entretanto, tal inciso não é respeitado de maneira eficaz. Com isso, surge um problema para uma parte da população, que não possui boas condições financeiras e são obrigadas a conviver com lixões a céu aberto e esgoto sem tratamento adequado. Desse modo, acabam suscetíveis a doenças que já haviam sido erradicadas no Brasil. Ademais, algumas enfermidades que são facilmente controláveis em regiões saneadas chegam a matar em lugares onde o tratamento de esgoto é negligenciado.     Torna-se evidente, portanto, que as epidemias no Brasil configuram um grave problema de saúde pública e social. Nesse sentido, é imperioso que o Ministério da Saúde em conjunto com o terceiro setor-Ong's, promova debates periódicos nos municípios, ministrados por agentes da saúde, a fim de desmitificar a ideia que a vacina traz malefícios. Aliado a isso, é imperativo também, que a mídia promova uma intensa divulgação, por meio de propagandas, acerca da importância da vacina e dos riscos que a não imunização pode trazer para o país. Outrossim, o Governo Federal deve cobrar dos Ministérios das Cidades o cumprimento da lei 11.445/07, aplicando multas as prefeituras que não cumprirem com esse direito fundamental de cada cidadão. Nessa conjuntura, os desafios enfrentados pela saúde pública no Brasil, tende a diminuir gradativamente.