Enviada em: 15/08/2018

A filosofia helenística, ao buscar a fórmula para a felicidade humana, acreditava que estar em harmonia com a natureza era um passo fundamental. Todavia, ao analisar o atual cenário brasileiro, em que o número de doenças epidêmicas cresce de maneira alarmante, constata-se que, possivelmente, a felicidade estóica esteja longe de ser alcançada. Nesse sentido, em virtude do desmatamento, da poluição e da falta de políticas públicas contínuas, várias mazelas até então controladas, voltaram a preocupar os brasileiros, a exemplo da dengue e da febre amarela. Assim, torna-se evidente a necessidade de medidas que solucionem esse impasse.             Um olhar atento para a história permite perceber que as epidemias não são um problema contemporâneo: no século XIV, durante a Idade Média, um terço da população europeia foi dizimada pela Peste Bubônica, que encontrou um ambiente insalubre ideal para se propagar. Hoje, entretanto, embora a medicina tenha avançado de maneira surpreendente, a população brasileira ainda enfrenta problemas relacionados a esses surtos, em destque para aqueles ligados ao mosquito Aedes Aegypti, vetor causador de doenças como dengue, zika e febre amarela. Em primeiro lugar, o crescente índice de desmatamento do hábitat natural fez com que eles migrassem para o centros urbanos, o que tornou os seres humanos um alvo muito mais fácil.       Ademais, a falta de políticas públicas contínuas para a vacinação da população revela um grande desfalque do governo, que, muitas vezes, limita as campanhas de profilaxia às épocas de maior incidência dessas doenças. Logo, vários cidadãos ficam expostos aos mais diversos riscos. Para ilustrar, segundo dados do jornal Estadão, em 2015, mais de 220 mil pessoas foram diagnosticadas com dengue, principalmente aquelas que residiam na região Nordeste. Posto isto, tal como já postulado pelo sociólogo alemão Ulrich Beck, o homem moderno vive em uma constante "sociedade de risco".       Portanto, é de extrema importância que os setores da sociedade, como o governo, a mídia e a escola, empenhem-se em combater essas epidemias. Dessa maneira, cabe ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), realizar ações contínuas nas escolas brasileiras, em conjunto a todo o corpo docente, para ministrar palestras sobre a importância da preservação dos ecótonos para a saúde humana, a fim de  despertar no estudante o respeito pela natureza. Além disso, é fundamental que a mídia aberta, ao ter a população como influente "massa de manobra", seja um canal democrático de conscientização, criando, para isso, em apoio às secretarias de saúde municipais, propagandas que convidem o telespectador a visitar o posto de saúde mais próximo para saber se o cartão de vacina está em dia. Só assim, com a integração de diversos setores, esse impasse poderá ser resolvido.