Enviada em: 28/02/2019

O início do século XX, no Brasil, foi marcado por uma série de reformas e projetos de urbanização idealizados pela presidência, dentre as quais, foi possível verificar a reforma sanitária, organizada por Oswaldo Cruz, que almejava combater doenças epidêmicas na então capital do país, Rio de Janeiro. Como consequência, em conjunto à demolição de cortiços e construções antigas, ocorreu a “Revolta da Vacina”, em que a população, sem acesso suficiente à informação a respeito dessa nova forma de prevenção de doenças, não se imunizava pela insegurança. Apesar do notável avanço na assistência às necessidades de saúde da população, as epidemias ainda ocorrem em larga escala e há uma urgência em erradicar tal problema. Em primeiro lugar, as epidemias são doenças que ocorrem em surtos periódicos em uma localidade específica, logo, existe uma necessidade em combater os focos principais de seu surgimento e transmissão. Com os problemas ambientais existentes na atualidade, como desmatamento e poluição, há uma intensa proliferação de mosquitos transmissores de patologias, como o Aedes agypti, e a migração desses vetores para os grandes centros urbanos. Apesar de o Ministério da Saúde advertir e instruir sobre as profilaxias a serem tomadas, a população que têm acesso a tais informações, não as seguem, causando ainda mais propagação das doenças.   Além disso, a crise financeira que o país enfrenta há alguns anos tem como reflexo a fragilidade do sistema de saúde e o descaso dos governantes para com esse problema. A exemplo disso, a PEC 241, votada no Congresso Nacional no ano de 2016, teve como objetivo o congelamento de gastos com saúde e educação para os próximos vinte anos. Uma vez que, o início do ano de 2018 já foi marcado com a falta de vacina da Febre Amarela na rede pública de todo o país, pode-se verificar que a saúde para todos, garantida na Constituição Federal do Brasil, apesar de ser dever do Estado, deixou de ser preocupação do mesmo.   Logo, é inegável que apesar dos grandes alcances da área biomédica, ainda existem desafios a serem superados pela saúde pública no Brasil. Dessa forma, é dever do Estado revisar as medidas tomadas nos últimos anos no país com relação à saúde e realizar investimentos no Sistema Único de Saúde, do qual grande parte da população depende, a fim de garantir que todos tenham atendimento e tratamento devido. Além disso, cabe às prefeituras, em conjunto às ONGs, a realização de ações comunitárias em todos os bairros das cidades, para que a população obtenha acesso, não apenas a informação, mas também as vacinações oferecidas, garantindo, por fim, que não seja necessária uma nova versão da “Revolta da Vacina” no Estado Brasileiro.