Enviada em: 08/06/2019

A Constituição de 1988 prevê que a saúde é um direito fundamental do ser humano e é dever do Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. No entanto, observa-se que este direito está sendo negado a grande parcela da população, especialmente aquela desfavorecida economicamente, uma vez que o Brasil enfrenta diversas dificuldades no combate à epidemias. Nesse cenário, convém analisar as principais causas e consequências desse problema.         Em primeira análise, é necessário pontuar que há uma negligência da indústria farmacêutica. O fato é que essas empresas pouco se interessam em desenvolverem medicamentos para doenças tropicais, como malária e febre amarela. Prova disso é que, segundo a OMS, Organização Mundial de Saúde, apenas quatro entre cem medicamentos produzidos, são dedicados ao controle de doenças tropicais. Isso ocorre porque essas enfermidades são típicas de países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, os quais possuem baixo poder aquisitivo, sendo assim, não conseguem gerar o retorno financeiro exigido por parte dessas grandes corporações. Como resultado, os cidadãos se tornam vítimas das mazelas de um sistema capitalista que preza o lucro em detrimento do bem estar social.        Outrossim, vale destacar que a má funcionalidade midiática contribui para o problema. Embora existam campanhas publicitárias para a prevenção de determinadas patologias, as suas divulgações não possuem caráter periódico, acontecendo apenas em algumas épocas do ano, tal como ocorre com a dengue que só é evidenciada no verão. Ademais, devido ao fato de muitas doenças serem consideradas erradicadas no Brasil, como é o caso da poliomielite e rubéola, elas perderam visibilidade e os meios midiáticos diminuíram o espaço para discussão sobre o tema. Logo, considerando que o ser humano é influenciado por tudo aquilo que ouve e vê, a falta de informação faz com que o combate às epidemias seja dificultado.         Portanto, infere-se que o Brasil encontra dificuldades em combater epidemias devido a interesses capitalistas e a má difusão das informações. Dessa forma, medidas devem ser tomadas para solucionar o impasse. Para isso, instituições brasileiras devem trabalhar em cooperação científica com os demais países subdesenvolvidos, a fim de criar-se um grande consórcio de pesquisa voltado para o desenvolvimento de vacinas e medicamentos, que sejam seguros e acessíveis a população. Assim, haveria um estímulo à indústria nacional e à garantia do bem estar social. Além disso, o Ministério da Saúde deve investir na divulgação de campanhas através da televisão e rádio, reservando horários especiais para esclarecer dúvidas e formas de prevenção das principais doenças.