Enviada em: 06/10/2017

O processo de formação do Estado brasileiro é permeado por vários surtos epidemiológicos. Um episódio marcante da história do país é a tentativa de Oswaldo Cruz, importante sanitarista do início do século XX, de vacinar pessoas a força para erradicar doenças relevantes na época, desencadeando a famosa revolta da vacina. A falha da campanha de Oswaldo Cruz e de muitas outras ocorridas desde então evidencia problemas mais profundos, como a falta de informação da população ou a inconsistência do governo em suas ações preventivas.    Primeiramente, é preciso analisar que as pessoas não foram educadas para lidar com epidemias. Isso se dá porque escolas não abordam, de maneira contínua e contextualizada, as formas de prevenção e controle de enfermidades consideradas epidêmicas. Indivíduos desinformados contribuem para a resistência de mecanismos de combate, como vacinações e eliminação de focos proliferativos do patógeno ou vetor, mantendo, assim, a veiculação da doença.     Não obstante, o problema complexifica-se quando o governo não adota processos contínuos de erradicação de tais epidemias. Esse, com o papel de adotar uma posição preventiva para evitar surtos epidêmicos de maneira continuada, negligencia tal ação, implementando medidas educativas e sanitárias somente em épocas onde a doença tem maiores chances de proliferação entre a população. Sabe-se que seres patogênicos têm métodos efetivos de resistência em meios adversos, podendo retornar sempre que o ambiente lhe for favorável. Logo, somente um processo ininterrupto poderia eliminar tal organismo permanentemente.    Assim, é evidente que a prevenção de epidemias no Brasil é um desafio a ser vencido. É preciso que escolas façam campanhas e oficinas educativas durante todo o ano letivo e nas férias, abordando os mecanismos de prevenção de doenças brasileiras epidêmicas para alunos e responsáveis. Ao governo, cabe a elaboração de campanhas contínuas em todos os bairros, para informar e eliminar possibilidades de transmissão de doenças.