Enviada em: 23/03/2018

A Ilíada narra como os aqueus quase foram dizimados diante de apenas nove dias de peste.Nesse viés,é evidente como as patologias desestabilizam as sociedades desde a Antiguidade.Contudo,na contemporaneidade,com a tecnologia e informação que o Brasil dispõe, as epidemias não deveriam mais configurar um desafio cotidiano.Assim,o principal impasse a ser sanado é a relação majoritariamente desarmônica com a natureza,fato que,aliado ao olhar distante do Estado,resulta na reemergência de doenças como um problema de saúde pública.   É preciso afirmar,antes de tudo,que o surto epidemiológico no Brasil reflete a prudência insuficiente para com o meio ambiente.Prova disso, é como a falta de zelo para com a ecologia das áreas tomadas pelo agronegócio resulta na migração dos vetores da Febre Amarela e Zika para as zonas urbanas.Esse deslocamento de hábitat,evidência do Princípio da Exclusão de Gause,atingiu seu ápice com a construção da Transamazônica, estopim para a desordenada ocupação humana nos focos dos vetores supracitados.   Acresce-se a isso,a importância de retratar como as rotas humanas denunciam as falhas das políticas brasileiras de imunização.Dentro dessa lógica,a medida que o fluxo migratório interno é intensificado,com o tráfego de mercadorias e trabalhadores,os surtos de Dengue e Malária são mais frequentes.Essa conjuntura explicita como a insuficiente presença do Estado pode contribuir para levar as epidemias às regiões mais vulneráveis.    Faz-se necessário,portanto,que a iniciativa privada incentive a pesquisa nos tecnopolos,de modo a estabelecer as áreas ambientais com maior número de vetores.Ademais,o Poder Legislativo estabelecerá maior rigor nas sanções para empresas que invadirem essas áreas,de maneira a coibir novas ocupações desregradas.E o apelo midiático constante alertará sobre a importância da vacinação,no intuito de auxiliar que biomédicos exijam esse histórico nas fronteiras.Assim,o temor dos aqueus se limitará à Ilíada.