Enviada em: 22/08/2019

O escritor utopista Aldous Huxley propôs, em Admirável Mundo Novo, uma sociedade artificial, a qual, baseada na biotecnologia, modificou os hábitos humanos.Nesse contexto, hoje o uso de técnicas para a recombinação genética ainda é questionada segundo valores éticos, visto que as consequências são imensurável tanto à vida humana quanto à natureza.  É indubitável que os principais incentivos para a criação de novos mecanismos biológicos são os ganhos financeiros e a curiosidade científica. Dois exemplos disso são, respectivamente, a Revolução Verde, ocorrida em 1960, e a Corrida Armamentista durante a Guerra Fria. Nesse viés, ambos valeram-se da ciência moderna para criar biotecnologias, ou seja, organismos artificiais. Em especial, a Revolução Verde lançou os transgênicos - organismos geneticamente modificados - na agricultura e até hoje não se sabe o impacto social, na saúde, e ambiental desse cenário, uma vez que eles também estão ligados ao aumento no consumo de agrotóxicos. Por conseguinte, a biotecnologia esbarra no discurso ético, por questionar os benefícios versus o risco do seu uso.   Além disso, os limites entre o que a ciência pode ou não testar é importante para preservar a vida. Nesse sentido, a fim de garantir a seguridade da humanidade, da fauna e da flora, deve existir os comitês de ética para avaliar os riscos das novas tecnologias biológicas. Embora há resultados positivos, como a modificação de uma bactéria para a produção de insulina, auxiliando a sobrevida dos diabéticos, ainda é imprevisível as consequências de certas hipóteses, como a modificação do DNA humano. Dessa forma, os desafios para a conciliação entre a biotecnologia e a ética envolve o discurso que a primeira deve respeitar a segunda.   Debater os limites da ciência é, portanto, imprescindível para avaliar os benefícios e risco da biotecnologia. Para tal, os Estados devem investir em congressos internacionais e periódicos, com a presença de profissionais da saúde, agronomia, biologia e direito, para avaliar os projetos dos países. Ademais, cada país deve ter seu comitê interno, a fim de zelar pela vida.