Enviada em: 24/08/2019

No primeiro filme da trilogia Capitão América, a criação do soldado perfeito por meio de experimentos biogenéticos reflete a busca incessante por resultados de melhorias genéticas fora da ficção. Porém, muitas vezes tais pesquisas apresentam riscos para o tecido social, ao ponto que geram várias discussões e impasses éticos intermináveis, seja pela falha da conduta humana, seja pela insuficiência governamental. Dessa forma, faz-se necessário o debate acerca dessa inconciliação que se configura um mal a ser resolvido.       Primeiramente, é válido apontar a sobreposição dos valores individuais aos coletivos como uma das rizes do problema. De acordo com a literatura machadiana, o homem é desprovido de moral e virtudes. sob essa perspectiva, vários empresários investem massivamente em pesquisas de modificações genéticas, com o intuito de aumentar a produtividade em detrimento do aumento dos riscos de danos à saúde populacional. Como prova disso, um estudo feito pela universidade de Caen, na França, aponta que o milho transgênico causa três vezes mais câncer. Diante disso, diversos conselhos de ética tentam coibir a comercialização desses produtos, de modo que ocasiona o exacerbamento do embate, sem cessão de nenhum lado, entre os líderes empresariais, que buscam maior lucratividade, e os comitês de ética, os quais se preocupam com o bem-estar social.       Ademais, outro aspecto agravante do quadro exposto é a débil atuação estatal. A Carta das Nações Unidas garante direitos iguais a todos os cidadãos. No entanto, a realidade global vai de encontro a essa premissa, no que tange ao acesso à educação de qualidade, máxime às disciplinas que estimulam debates democráticos, como a filosofia. À vista disso, nota-se a exiguidade de indivíduos qualificados para discussões diplomáticas com soluções inteligentes e, antagonicamente, a formação de pessoas de caráter autoritário e egoísta. Esse fato, em consonância com o pensamento do educador Paulo Freire, o qual afirma que ausência da educação dificulta a mudança da sociedade, impulsiona a perpetuação da desconformidade anteriormente citada, sem soluções favoráveis para ambas as partes.       Portanto, indubitavelmente, medidas são necessárias para superar essa problemática. Para isso, é necessário, precipuamente, que os Ministérios de Educação promovam a inserção de disciplinas de vieses sociais e políticos, como filosofia, desde o ensino básico, com o intuito de trabalhar o caráter dos pequenos e estimula-los a desenvolverem o pensamento coletivo, de forma que ajam sempre em  prol do bem da sociedade. Por fim, é preciso também que esse órgão ministerial oriente os professores a incentivarem o debate democrático saudável entre jovens, para a formação de indivíduos diplomáticos e sensatos, ao ponto que, enfim , cheguem à conclusões equilibradas e concluam esse dilema filosófico.