Enviada em: 16/08/2019

Em 1808 foi criada a primeira universidade brasileira, por decreto de Dom João VI. Isso instaurou o caráter elitista da educação superior no Brasil, devido as escassas vagas destinadas a membros da elite e a ausência de ensino básico público de qualidade. Hodiernamente, são perceptíveis as consequências dessa situação, como o sucateamento das instituições de ensino superior (IES) públicas e o alto valor das IES privadas. Esse fatores, somados à recessão econômica vivida pelo país desde 2014, são os principais motivos da evasão universitária.   Nesse contexto, é possível pensar na música Another Brick in the Wall, da banda Pink Floyd, que critica o caráter mercantilista da educação. Analogamente ao Brasil, isso é fruto do descaso do Governo, que encara a educação como um gasto e não como investimento. Dessa forma, tanto o ensino básico público, quanto o ensino superior encontram-se defasados e os indivíduos de baixa renda são os mais afetados quanto a isso, pois foram negligenciados e não são capacitados para conquistas vagas em vestibulares públicos.   Logo, como consequência dessa situação, o indivíduo sujeita-se aos preços abusivos das universidades particulares e ao trabalho informal, em um jornada dupla, na tentativa de adquirir um diploma. Contudo, a crise econômica no Brasil aumentou a taxa de desemprego e, como resultado, o recurso financeiro das pessoas diminuiu. Sendo assim, esse fato, aliado a sucateamento e a elitização do ensino superior, favorecem a saída anual de cerca de três milhões de brasileiros das IES, segundo o Censo Brasileiro. Essa situação piora a medida que a evasão dos alunos diminui o número de profissionais especializados no mercado e aumenta a crise por excesso de mão de obra desqualificada.   Portanto, urgem medidas governamentais para mitigar essa questão. Dessa maneira, pode-se pensar  na frase do educador Paulo Freire ''se a educação sozinha não muda a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda'', que significa que é preciso investir na base educacional, para reparar todos os efeitos circundantes. Para tanto, é imprescindível que o Ministério da Educação aumente o investimento tanto em escolas, quanto universidades públicas, para proporcionar ao maior número de jovens ensino de qualidade para que estejam hábeis a ingressar na vida acadêmica e no mercado. Além disso, é imprescindível que haja um acordo público-privado para controlar os preços e as formas de pagamento das IES particulares. Logo, gradualmente, a evasão das universidades e a crise econômica diminuiriam.