Enviada em: 10/01/2019

Em meados século XVI, missionários jesuítas vieram da Europa com o objetivo de catequizar os índios, numa visão da época eurocêntrica da época, não seria considerado um etnocídio. Hodiernamente, grande parcela dos índios tem o desejo de ser integrar aos conhecimentos ocidentais e, de acordo com a Constituição de 1988, possuem direito à educação como qualquer outro brasileiro. No entanto, o descaso governamental, bem como a escassez de professores aptos ainda são obstáculos para levar o ensino à essa parcela da população. É necessário, portanto, que subterfúgios sejam encontrados a fim de resolver essa inercial problemática.      A priori, o Brasil ocupa a posição na economia mundial, seria racional acreditar que tem então um eficiente sistema público de ensino. No entanto, a realidade é justamente o oposto e esse contraste é claramente refletido nos desafios para a educação da população indígena. De acordo com o IBGE, Instituto Brasil de Geografia e Estatística, cerca de 23,3% dos índios não são alfabetizados, número considerado alto, ante o ratio de 7,2% correspondente ao restante do país. Indubitavelmente, o exposto se deve ao fato de que não existem escolas em quantidade suficiente para todas as aldeias indígenas, sendo que, nas que estão implantadas, muitas vezes falta apoio governamental em professores e material didático compatível. Dessarte, é necessário que o governo se atente mais a essa questão.    Outrossim, deve-se salientar a pouca disponibilidade de professores como impulsionador do problema. De acordo com o educador Paulo Freire no livro "A Pedagogia do Oprimido", ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si mediatizados pelo mundo. Seguindo essa linha de pensamento, há de se considerar a importância de um professor que esteja ambientando com a cultura do povo indígena, seja ele mesmo um integrante desta sociedade,  seja ele um professor que tenha recebido uma preparação para poder se inserir nesse meio. Além disso, existem poucos professores dispostos a deixar os centros urbanos e se deslocar às aldeias localizadas em lugares remotos. Portanto, deve haver algum programa do Estado que incentive esse tipo de conduta.     Destarte, medidas são necessárias para a solidificação de políticas que garantam o acesso dos índios ao direito fundamental da educação. Urge, dessa maneira, que o MEC (Ministério da Educação) elabore um decreto que institua um programa de estágio remunerado para universitários dos cursos de licenciatura e pedagogia, nos estados com maior parcela de índios, onde o aluno fique um período do ano letivo estudando a cultura das tribos para poder lesionar durante um semestre em aldeias da região, promovendo assim uma maior participação dos indígenas na educação nacional. Desse modo, os desafios supracitados poderiam ser superados e uma sociedade mais íntegra seria alcançada.