Enviada em: 12/02/2019

Na obra "Iracema", o autor José de Alencar- fundador do romance de temática nacional no Brasil- evidencia a dura realidade do povo indígena e o combate civilizatório que ocorreu durante a colonização do Brasil. Hodiernamente, a situação parece não ter se modificado; haja vista que, o contexto de exclusão e preconceito permanece e se reflete na precária condição da educação aos índios no país. Nesse âmbito, analisa-se que a problemática e sustentada, sobretudo, pelo descaso governamental e, ainda, pelo preconceito étnico.   Nesse sentido, é elementar que se leve em consideração que, de acordo com o pensamento filosófico de São Tomás de Aquino, em uma sociedade democrática de direito todos possuem o mesmo grau de importância. No entanto o Estado diverge de tal perspectiva, pela ausência de transporte para locomoção dos índios até os centros educacionais e, principalmente, pela escassez de profissionais para atenderem as necessidades desse alunos. Dessa maneira, não é de se espantar que, tristemente, em 2016, de 8 milhões de matriculados nas escolas, apenas 50 mil eram indígenas, segundo o Ministério da Educação (MEC). Diante disso, é fato que a instrução escolar dessas pessoas não é prioridade dos governantes.         Além disso, o preconceito da sociedade com os índios apresenta-se como outro fator preponderante para dificuldade na efetivação da educação dos mesmos. A respeito disso, sabe-se que, durante o século XlX, a ciência criou o conceito de determinismo biológico, utilizado para legitimar o discurso discriminatório de inferioridade de grupos minoritários. No entanto, a sociedade deve abandonar esses preconceitos retrógrados e repassar valores de igualdade, dando jus ao desenvolvimento social. Desse modo, medidas para solucionar essa realidade tornam-se fundamentais.   Portanto, é necessário que instituições sociais como ONGs, por meio de anúncios- a exemplo de propagandas televisivas- promovam a conscientização sobre a importância de respeitar os nativos, a fim de haja cidadãos menos intolerantes. Soma-se a isso, é preciso que o Estado brasileiro promova melhorias no transporte escolar, além de contratar professores qualificados- por meio da ampliação de verbas destinadas ao Ministério da Educação e através de concursos- para que esse grupo tenha seus direitos respeitados. Ademais, as escolas devem garantir a inclusão desses indivíduos, por intermédio de projetos e palestras, com o fito de consolidar a formação educacional dos indígenas.