Enviada em: 22/04/2019

Hoje em dia, um desafio ainda muito presente no que se refere à educação da população brasileira é a escolarização e formação de indígenas. Nesse contexto, tal contingente enfrenta diversas dificuldades, como distância das unidades de ensino, carência de professores na região das aldeias, falta de investimento do governo, dificuldade de adaptação ao meio urbano ou até mesmo discriminação cultural, as quais acabam por dificultar ou até impedir que a educação seja cumprida.      Nesse âmbito, é válido citar que a legislação nacional define que o Povo Indígena tem direito a uma educação diferenciada, intercultural e bilíngue/multilíngue, mas essa expectativa não é atendida na prática. Na realidade, os indígenas não têm acesso a esses serviços por diversos fatores. Primeiramente, a maioria das unidades de ensino adaptadas culturalmente para os indígenas se encontram afastadas das aldeias onde estes moram. Assim, as crianças precisam enfrentar diariamente uma longa jornada até chegarem às escolas. Isso, sem contar os casos em que a distância é tanta que se torna impossível frequentar as aulas.     Além disso, há carência de professores que falem a língua dessa minoria ou que estejam preparados para abordar os alunos e de uma forma culturalmente aceitável por estes, os quais se veem, na maioria das vezes, distantes da realidade urbana no século XXI. Ademais, o governo não investe a verba necessária para providenciar material didático adaptado para esse público, piorando a situação. Outrossim, quando esse público consegue ter acesso a alguma instituição de ensino, acaba por, em muitos casos, ser descriminado pela sociedade ou simplesmente não se adaptar.     Tendo em vista os fatos supracitados, faz-se necessária a tomada de algumas medidas. Em primeiro lugar, o governo deve investir mais verba pública destinada à educação para esse público, de modo a construir mais escolas próximas às aldeias e equipá-las com material didático devidamente adaptado para este público. Ademais, o governo também precisa incentivar, através de campanhas de conscientização, sobretudo por meios midiáticos, a formação de professores especializados na educação de indígenas. Além disso, é necessário que o Ministério da Educação promova campanhas, nas escolas, objetivando conscientizar os alunos a respeito da importância de acolher e integrar os indígenas na sociedade e na própria escola. Outro fator que deve ser ressaltado é que a educação comum da população indígena não deve ser considerada como uma obrigação destes para com a lei, mas sim como um direito. Ou seja, esse público não deve ser obrigado a matricular as crianças em escolas comuns, mas pode optar por manter os métodos tradicionais de educar as crianças nas aldeias, promovendo conservação da cultura desse povo.